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Cenas reais dum tipo bom, caritativo e piedoso.

fevereiro 25, 2007

Chatas 

Devido a pedidos insistentes das admiradoras do Samaritano, venho por esta forma manifestar aqui a intenção que em breve voltarei.
Caridades:

outubro 09, 2006

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Caridades:

outubro 09, 2005

Tinha feito uma viagem de 4 horas de comboio para ir ter com uma amiga de longa data. E lá estava no aeroporto da portela em Lisboa, à espera do voo da United Air Lines proveniente da Turquia. A Madga tinha-me telefonado a ver se eu a poderia ir buscar. Claro que fui. Aquilo não é convite que se rejeite.

Pedi um café à menina do balcão enquanto apreciava a bonita renda da camisa preta. Foi nessa altura que ao meu lado ouvi uma voz feminina, e sensual a dizer que pagava o meu café. Olhei de soslaio, e vi um animal da espécie feminina, com 1,70 de altura, olhos verdes, seios erectos, pernas torneadas, nádegas firmes, morena, cabelo preto. Não sei dizer mais porque naquela hora não reparei bem!

Depois de agradecer fiquei a saber que ela se chamava Sara. Estava ali porque queria ir para Londres, mas não conseguia arranjar bilhete. Claro que eu tratei logo de dizer para ela ter calma. O Samaritano ia já tratar disso! Disse-me ela que tinha medo de andar de avião também e que faria tudo para ter companhia! Perguntei se era mesmo tudo e ela confirmou. Pelo meio foi dizendo que comigo nem era preciso eu fazer favor. Que adoraria ter-me como companhia e não só. Foi o que quis ouvir.

Dirigi-me aos balcões disponíveis mas não haviam bilhetes. Foi então que num acto de pura inteligência me lembrei de comprar 2 bilhetes ao dobro do preço a alguém que fosse para Londres. Consegui! Convenci um casal de idosos que o caso era de vida ou de morte, e lá paguei o dobro do preço. A Sara ficou muito contente e só no avião já sentado ao lado dela, é que me lembrei da Madga! Mas também por aquela hora queria lá saber dela.

A Sara disse-me que me pagaria os bilhetes em Londres. Eu disse que não era preciso. Que bastava que ela me arranjasse onde dormir, que estava tudo bem. E assim chegamos a Londres. Táxi e fomos para uma rua nos subúrbios. Entrei com ela num modesto apartamento mas excelentemente decorado. Ela perguntou o que eu queria beber. Vodka claro! Foi então que ela me disse que iria pagar-me os bilhetes. Eu disse que não era preciso! Que ela pagaria de como quisesse. Para mim era um bom passeio.

Ela disse para ficar no sofá enquanto ela ia ao WC e que me preparasse pró pagamento. Não resisti e fui atrás dela. Baixei-me e pelo buraco da fechadura, espreitei. Não aguentava a ansiedade e o desejo era tal que me dei a esta invasão de privacidade.

Quando a vi a urinar em pé, com a mão direita a segurar em algo, ia desmaiando. Andei perdido pelos subúrbios de Londres a fugir que nem um desalmado até encontrar um táxi que me levasse ao aeroporto. Regressei no mesmo dia a Lisboa.

Oh meus Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 20, 2004

Ia com tempo para o trabalho. Na TSF as noticias das 22:00 estavam a começar. Ia com os meus sentidos todos dirigidos para os buracos da porcaria de estrada secundária mal iluminada que faço todos os dias.

Após mais uma das muitas curva que tenho de fazer deparo-me com uma cena quase surreal. Ali no meio do mato um doberman a latir ferozmente para uma jovem que estava de mini-saia em cima dum muro. Aqui? Nem casas por perto tem. Travões e marcha-atrás. Não se deixa uma mulher assim tão bem vestida em maus lençóis!

Encosto o carro ao muro, salto para o lugar do passageiro, abro um pouco o vidro e pergunto se ela precisa de ajuda. Ela estava em pânico. A posição em que ela estava deixava-me num dilema profundo. Resolver logo a situação ou continuar a admirar a renda da roupa interior.

Visto que o cão não parava de correr dum lado para o outro sempre na tentativa de a apanhar, e ela não conseguia entrar pela janela para o carro, tive a magnifica ideia de ela subir para o tejadilho. Eu ia devagarinho até o cão desistir de a perseguir. Alguma coisa, ela batia no tejadilho e eu parava logo. Assim foi!

Arranquei devagarinho. Lá ia eu com uma moçoila em cima do tejadilho, em 2ª a uns 40 km/hora, e com um doberman a correr atrás do carro como um louco. Parecia uma cena tirada dum filme do 003. Para chegar às cenas do 007 tem-se muito que andar!

Passa por mim um carro devagarinho, e lá dentro o tipo faz um sinal com o dedo indicador a bater na testa! Ignorei! Ele queria era levar uma tipa boa no tejadilho! Dor de cotovelo é o que é.

O cão desistiu mas eu ainda andei cerca de 500 metros até chegar perto dumas casas. Ouvi umas pancadas no tejadilho. Parei, saí do carro, e ajudei a moçoila e descer do tejadilho. Mal se sentiu em terra firme arranjou a mini-saia que obviamente ficou toda subida, pois eu sou muito desajeitado a pegar em pessoas ao colo.

Mal ela tinha começado a explicar a situação, sai não sei de onde um rafeiro e TUNGAS! Uma mordidela na perna do samaritano. "Ai coitadinho de si! Não merecia nada disto". Não dei parte de muito fraco mas já sentia o sangue a escorrer pela perna. “Venha comigo que eu moro mesmo ali e trato de si.”

Lá ia eu a pé para desinfectar a perna, e quem sabe ser devidamente recompensado pela minha atitude caridosa. Mal passo pelo portão da casa deparo com um calmeirão completamente bêbado. “Onde andaste até estas horas!? Quem é esse marmanjo!? Espera aí, que a caçadeira ainda não teve uso este ano!!”.

Querem ver que ainda levo um tiro?!!!

Tive sorte!! Ela conseguiu acalmar o gajo por entre uns beijos e promessas de amor. Até tive de mostrar o ferimento e tudo!
Ele não estava muito convencido com a situação e eu declinei o tratamento justificando-me com as horas. Tinha de ir trabalhar! Ela agradeceu timidamente, e eu tratei de acelerar o passo até ao carro, pois o tipo vinha-me a fazer a escolta como bom cavalheiro!!

É no que dá um gajo ser caridoso!!! Esta merda na perna dói de caraças e as calças foram para o lixo!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 14, 2004

A Mafalda era uma velha colega de outras andanças. Moçoila para 26 anos, tinha deixado a faculdade para ir trabalhar na clínica do pai. É o que faz ter um pai que felizmente podia sustentar perfeitamente mais de 1000 Mafaldas.
Encontrei-a cabisbaixa ao balcão do bar do costume. Ela explicou-me que queria ter 15 dias de férias no Brasil, mas o pai não a deixava ir enquanto não encontrasse substituto para o trabalho dela.

Após duas vodkas fiquei a saber que ela fazia simples análises de rotina a clientes da clínica que tinham preguiça de fazerem o auto-exame da mama. O esquema era simples: as clientes por cada consulta em qualquer especialidade recebiam de bónus um exame gratuito feito pela Mafalda.

Perguntei se precisava de alguma formação especial para o fazer e fiquei a saber que não. A Mafalda disse-me que poderia aprender em como o fazer em apenas 15 minutos. Ofereci-me logo para ficar no lugar dela na clínica! Isto de ter mamocas para apalpar todos os dias, não é coisa de se deixar escapar. Para além disso, eu não ficava bem de consciência se não ajudasse a Mafalda. Afinal os samaritanos servem é para estas coisas.

Ao outro dia pelas 08:30 estava à porta da clínica. Ela de bilhetes na mão e malas aviadas no carro, ia-me explicar como fazer os exames gratuitos. Só por si já era o pagamento justo de 15 dias! Mal dormi de noite a pensar em como lhe iria fazer o exame! Começou a correr mal. Afinal haviam lá meias bonecas insufláveis para eu aprender. Não desanimei, pois mais cedo ou mais tarde iria ter a recompensa pelo meu bondoso acto.

De manha não apareceu cliente nenhuma! Depois do almoço avisaram-me que ia chegar a primeira. É preciso ter azar. Para primeira cliente saiu-me uma velha de 80 anos, que devia sofrer de tudo menos de problemas mamários. Ora porra! Lá fiz um exame meio a correr, e desejei uma boa tarde. Passado um pouco, apareceu outra…
Nunca percebi nada de tamanhos dos seios, mas esta devia ter uns 30 quilos de mamas! Era tão gorda, tão gorda que demorei mais de 30 minutos para conseguir verificar aquela área toda! Ainda tive de estar a afastar as banhas para conseguir… Enfim! Um autentico desastre! Ela ficou muito contente e disse-me que ia avisar as amigas todas!
Esteja à vontade D.ª Amélia…rosnei a sorrir…

E deve ter avisado mesmo! Desconfio até que ela deve ter andado a colar cartazes por todo o lado. Começaram a aparecer gordas em catadupa à porta do gabinete! Terá ela colado cartazes nas pastelarias todas da zona? Aquilo era uma pior que a outra!
Ao terceiro dia já estava farto de examinar gordas! Mulherio novo nada! A Dª Amélia devia ser muito doente pois todos os dias arranjava uma consulta em diferentes especialidades, e também devia sofrer de algum problema de memória, pois apareceu lá todos os dias com a desculpa: “sabe samaritano, isto tem tanto por onde verificar que eu não ando descansada”
A cada saída dela de lá eu fumava 3 cigarros seguidos!

Apareceu de tudo! As notícias que um gajo novo faz exames deve ter andado de boca em boca pelas cabeleireiras da zona. Até uma tipa muito magra, sem mamas nenhumas apareceu lá para eu verificar! Verificar o quê? Enfim!
Foram 763 exames! Desses uns 50% foram a velhas. Os restantes a gordas, ou a mulherio muito feio que nem mamas tinha! A D.ª Amélia num só dia teve consulta no dentista, no oftalmologista, e no nutricionista…. Teve o direito a 3 exames gratuitos. Maldita a hora que eu disse à Mafalda que a substituía!

Foram 9 dias úteis de sacrifício! Sim 9! Deviam ser 10, mas ao nono dia entrou pela porta dentro a coisa mais bem feita de peito que eu já vi na vida, e que me fez acreditar que afinal Deus existe, e me iria recompensar depois de tanto sacrifício.

No fim do exame estava eu meio babado e a elogiar o poder de Deus, e a abençoar os pais de tal monumento, quando o tal de João de Faria me disse que era gajo! Oh que caraças! Foi ela (ou ele?), foi a marquesa, foram os registos, foram as gordas que estavam à porta. Saí dali com passo acelerado e a praguejar. Só me faltava que a única mulher com peitos dignos de serem analisados, fosse afinal um homem!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 11, 2004

Eu conheci a maldita jornalista após um acontecimento desastroso. Foi na passagem de ano….

Estava eu numa das mais conhecidas discos do porto a festejar a passagem de ano, quando vi a moçoila. Andava sozinha de bar em bar, e aqueles olhos verdes estavam-me a fazer fixar o olhar. Moçoila para 22 anitos, aceitou a vodka que lhe paguei, e passado 10 minutos fiquei a saber que ela era motard. Evidentemente passei a ser motard na mesma hora. No dia 1 havia uma concentração motard em Coimbra, e ela convidou-me a ir lá ter com ela.

Passei o resto da madrugada à procura dum amigo que tinha mota. Encontrei-o num motel perto de Espinho, e ele ficou tão chateado com a minha presença, que me emprestou na hora as chaves da Honda.

No dia 1 pelas 14:00 lá estava eu em Coimbra na concentração. Tinha passado toda a manha a ver como é que conseguia arrancar com o diabo da mota sem a deixar ir abaixo. O percurso até Coimbra foi feito em 4ª velocidade sempre encostado à linha mais à direita da A1. Isto de ser motard tem muito eu se lhe diga. Os riscos são grandes, mas a moçoila valia a pena todos os riscos.

Quando lá cheguei verifiquei que haviam centenas de motas, e milhares de pessoas. Como iria eu descobri-la no meio de tanto pessoas? Encostei-me a uma esquina perto dum bar a ver as motas a saírem da concentração para a estrada. De repente ela ia a sair. Aqueles cabelos loiros ao vento e as 9 motas que iam atrás dela não enganavam ninguém. Era ela, concorrência não me faltava, mas eu tinha sido convidado a estar presente. Assobiei mas ela não olhou. Estava a descer para ir buscar a mota para lhe fazer uma perseguição, quando ela saca um cavalo, e cai numa valeta.

Fui a correr para o local, ao atravessar a estrada na ânsia de chegar o mais rápido possível ia sendo atropelado por um camião. Um cão correu ao meu lado e trincou-me uma perna, mas eu não desisti. Mal cheguei perto dela afastei os abutres todos que a rodeavam, gritando: “Afastem-se que eu sou o Samaritano, e tenho curso de primeiros socorros!”

Verifiquei que a queda tinha sido grave, pois ela tinha a cara virada totalmente para as costas. Pensei que tinha partido o pescoço. Peguei na cabeça dela e tentei roda-la com toda a força que tinha. Foi aí que ela começou a gritar, e quanto mais eu tentava meter a cabeça no sítio mais ela gritava. Foi aí que levei o primeiro pontapé. O grupo de fãs dela ficou tão irritado com a minha preciosa tentativa de ajuda-la que me espancaram no local.

A maldita jornalista ao outro dia na cama do hospital tentava obter o meu testemunho para publicar a história. Foi ela que me explicou porque fui barbaramente agredido.
“Oh Samaritano, meu querido, ela não tinha a cara virada para as costas. Ela tinha era vestido a casaca com o fecho para trás, o que de facto engana qualquer um. Eles pensavam que a querias matar ao virar-lhe a cabeça ao contrário, o que não aconteceu por puro milagre.”

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 02, 2004

Dediquei 3 meses consecutivos a uma jornalista que escreve umas coisas no jornal da terra. Prometi-lhe que nem ligava a máquina e esquecia para sempre a rede.
Foram 3 meses incríveis de frustrações. Ontem escrevi mais um artigo para ela publicar na secção semanal que dispõe no jornaleco. Todos os artigos que ela assinou foram escritos por mim. Aqui fica o artigo:

Dia 1 de Abril, sempre foi um dos meus preferidos. Este ano anotei algumas coisas que foram ditas e partilho convosco:

“O preço da gasolina vai baixar em Portugal” – Gasolineiras
“Nunca extraímos nada em excesso” – Areeiros do Douro
“As extracções eram de acordo com o previsto” – Instituto navegabilidade do Douro
“Não ficou provado que a ponte caiu” – Juiz do processo da ponte
“Casa da música não teve derrapagem no orçamento” – C.M. Porto
“A expo continua a dar lucro e foi excelente investimento para o país” – Conselho de Adm. do parque expo
“Os impostos vão baixar” – Manuela Ferreira Leite
“O défice está controlado” – Manuela Ferreira Leite
“Estou grávida” – Manuela Ferreira Leite
“Sempre gostei de mulheres” – Paulo Portas
“Estava com o Pedroso no dia 12/03/1968, comemos um bom bife, o vinho foi do Alentejo, a empregada chamava-se Cristina, estavam 12 pessoas na sala, o Paulo limpou a boca 6 vezes, e o dono do restaurante tinha flatulências” – Ferro Rodrigues em declarações ao TIC
“Gosto do trabalho do Scolari” – Pinto da Costa
“Vamos arrasar tudo em Portugal e ser dos maiores da Europa em 2005” – L. F. Vieira
“Não se sabe de que morreu Feher” – Resultados de autópsia
“Nunca quis ser capitão do slb” – Simão Saborosa
“Vou ver as meias-finais ao dragão” – Rui Rio
“O Baia é excelente guarda-redes” – Scolari
“Os fármacos da indução anestésica eram os ideais para a situação” – Ordem dos médicos
“O Iraque está sob total controlo e vive-se muito melhor agora lá” – J. W. Bush
“Ainda podemos encontrar as armas de destruição em massa no Iraque” – Pentágono
“Se houver atentados em Portugal é obra das FP 25 Abril” – Durão Barroso
“Continuo convencido que foi a ETA” – Aznar
“Lutamos por um mundo melhor” – Blair
“Já impedimos 16 grandes ataques na Europa após o 11 Junho” – Secretas europeias
“Já impedimos 32 grandes ataques nos EUA após o 11 Junho” – CIA & FBI
“Quase que fui apanhado por 51 vezes” – Osama Bin Laden
“Os americanos ainda não entraram em Bagdad” – Ministro da defesa Iraquiano
"Tenho grande sucesso com as mulheres" -- Samaritano

No final do dia e após ter recolhido os elogios dela, convidei-a para jantar pela enésima vez, e estava decidido a acabar de vez com esta situação frustrante. Caridade sempre, mas 3 meses seguidos a fazer as vontades todas ao mulherio sem ter nada em troca já é abuso.

Fui determinado, mas quando chegou à hora da verdade, fiquei a saber que o que ela gosta de homens está directamente proporcional ao gosto do Paulinho pelas mulheres.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!

Caridades:

dezembro 31, 2003

Vi no jornal de Vila Real de Santo António, uma convocatória para uma reunião extraordinária da associação feminista local. Já tinha o que fazer nesse sábado à tarde. Iria ver as feministas entrarem e sair do centro paroquial da terrinha. Ainda arranjava alguma para discutir o feminismo e faze-la ver que nem tudo é o que parece.

Lá estava eu sentado num muro a ver o mulherio de peito feito e com capas na mão a entrar! Das que tinha visto, só uma é que valeria a pena levar com a minha argumentação em cima. Enfim… Pela média de idades que estava a verificar, aquilo parecia mais um encontro de quarentonas gordas, para discutirem os efeitos da gordura no corpo humano.

Estava entretido a ver um casal de cães que não têm consciência nem pudores, a praticarem uma espécie de arte depravada, quando sai de lá a tal tipa da argumentação. Olhou para mim e perguntou se eu percebia alguma coisa de retroprojectores. Não percebo nada mas prontifiquei-me a ajuda-la. Entrei na sala, e logo se ouviu um burburinho estranho. Não liguei, e fui tratar de ligar o botão, pois era a única coisa que faltava fazer para aquilo funcionar. Perguntei à feminista mais novinha se ela era presidente da associação, o que ela negou e despachou-me com um claro: “eu só alugo retroprojectores. Vou é às compras! Até logo!”

Mal ela saiu começaram a bater palmas para mim. Uma das feministas agradeceu-me, e todas se levantaram para o fazer também. Para me livrar daqueles agradecimentos todos comecei a proferir umas frases feitas, com o objectivo de sair o mais depressa possível! Aqueles risinhos de algumas não enganavam ninguém! Logo a abrir atirei com um:

- Bate todos os dias na tua mulher! Mesmo que não saibas os motivos ela há-de descobrir! – Risos pelo salão! Mau, mau, Maria, que aquilo estava a ficar feio!
- Viva o tempo em que se lavava roupa no rio quer chovesse ou fizesse sol! – Nada
- O lugar das mulheres é na cozinha! – Mais risos
- Deviam usar todas burca, e serem apedrejadas sempre que fossem infiéis! – “Ele é tão lindo, que eu perdoo-lhe tudo o que ele está para ali a dizer…” – Disse uma com um sorriso até às orelhas! - Apoiado! Apoiado! Fernanda a presidente! – Disseram muitas outras!

Tratei de elogiar o tecto do salão e apontando para ele, consegui que todas seguissem o meu dedo com os olhos, e corri dali para fora! Porra que ainda acabava violado por um grupo de feministas gordas depravadas!

Peguei no carro e achei melhor ir para Espanha! Não podia correr o risco de ficar por ali durante a madrugada de domingo! Estacionei em Huelva. Fui a um café tomar uma bica, que me foi servida em xícara de meia de leite! À saída estava um casal à boleia. Ela era linda. Perguntei se queriam ir para Sevilha! Disseram que iam para onde calhasse. Andavam a correr o País deles à boleia! Tiraram as mochilas das costas e meteram-se dentro do carro. Os dois atrás, e eu à frente feito motorista! Só me faltava esta! Lá iam os dois enamorados e eu até desregulei o retrovisor para não ver nada!

Ao chegar a Sevilha perguntei onde é que eles queriam ficar. Como resposta os dois disseram ao mesmo tempo: “Uh Dós!”. Uh Dós? – Perguntei eu sem perceber nada.
“Sí, Sí! Uh Dós!” – Um para dois? Neste caso não será dois para uma? – Foi a minha pergunta a seguir! Eles a rirem-se, muito lá continuaram a dizer “Uh Dós”!
Pronto! Sempre era melhor uma para dois, que um grupo inteiro de feministas gordas! Mal estacionei perto duma residencial, voltei a perguntar se estava de pé o “uh dós” o que me foi confirmado – Sí, si! Uh Dós muy bien.

Admirado com tal espírito de partilha fui alugar o ultimo quarto vago que havia, e quando cheguei ao carro atirei com as chaves para trás. Eles pareceram espantados, mas riram muito. Fomos jantar a um restaurante modesto. Após o jantar fomos até um salão onde se dançava fandango. Mas eles fartaram-se e fomos para um bar da pesada! Durante mais uma vodka, eles recomeçaram com o “uh dós”, eu já me ria muito. A partir daquela hora eu só dizia “uh dós” com eles e que devia ser muito bom. Eles lá se iam rindo.

Quando finalmente chegámos ao quarto de hotel, e levámos as coisas para cima, mal eles abriram a porta, despediram-se de mim., e agradeceram a boleia, o jantar que paguei, as bebidas, e o aluguer do quarto. Eu ainda perguntei pelo tal ”uh dós”, mas como resposta levei um até amanha, e com a porta na cara!

Desci dali sem perceber nada, e saí disfarçadamente em direcção ao carro. Entro e ligo o rádio! O locutor da rádio local atira com um: “ vamos ahora a oír uh dós - Mysterious Ways”!

Ora porra! Afinal não passava do famoso grupo U2! Já era o que tínhamos ouvido no carro, e no bar! Que mania da Espanholada traduzir praticamente tudo! Passei a noite a dormir no carro numa estação de serviço a meio caminho entre Sevilha e Vila Real de Santo António!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

dezembro 29, 2003

Fui à janela do 10º andar onde moro, e vi um Sedan preto, com 3 tipos lá dentro. Achei curioso, mas não liguei muito. Mal saí à rua encarei com os tipos todos vestidos de negro. Aquilo não era nada suspeito. Tudo engravatado, num carro dos anos 20, à minha espera. Um dos tipos encaminhou-se para mim e disse, que tinha de os acompanhar urgentemente. A situação era de crise. Vinham da parte do ministro da defesa, e se eu colaborasse ele perdoava a cena do presépio. Lá fui eu com eles, sempre disposto a ajudar, claro. Fomos naquele carro nada suspeito para uma cave do Porto.

A minha missão era simples. Ir ao Brasil disfarçado de turista e verificar umas informações. O meu contacto lá era um tipo que me esperava no aeroporto. Ele ia tratar de tudo. Após 9 horas de viagem aérea aterrei. Lá estava um tipo todo vestido de negro, que me identificou logo e levou-me num Jaguar importado de Portugal, para uma quinta no interior. Levei com mais 14 horas de viagem em cima! Toma lá, que é para não te armares em Samaritano! Fiquei comodamente instalado e ele disse-me que tinha de partir, mas eu iria receber instruções.

Quando acordei saí do quarto e fui procurar por alguém. Entrei na cozinha e vi a Fátima Felgueiras a tomar o pequeno-almoço!

- Ui Fátima, a senhora está aqui?
- Sim estou, e quem és tu? Não te reconheço! Também és um injustiçado? Sabias que estão atrasados no meu salário de autarca? Sempre os mesmos atrasados lá em Portugal!

Ainda não estava refeito da surpresa, quando entra o Saddam.

- Mas, mas o senhor não foi preso pela CIA?
- Qual preso, e qual CIA? Eles meteram um sósia meu num buraco e pensam que enganam o mundo! Eu aqui tenho o melhor bunker do mundo! Foi aqui o meu amigo Militão – o Militão acabava de entrar na sala – que tem um cimento de categoria que o fez! Também pensam que ele está preso? Enganam tão facilmente o povo.

- Eu nunca enganei o povo, ouviste senhor de Bagdad? – Dizia a Fatinha.

- Ainda bem que não foi o Militão quem forneceu o cimento para as torres, pois com cimento Militão, as torres nunca tinham vindo ao chão – disse o Bin Laden a entrar na cozinha em sandálias e de Clahs ao ombro!

-Porra! Gritou o Bibi ao entrar lá! Na prisa eu dormia melhor! Calem-se!

- Está calado que se nós gostassemos da prisa estávamos em Portugal. Não te esqueças que teu sósia custou os olhos da cara! O que me valeu foi o meu querido Saddam ter bons contactos no meio! – Disse o Paulo Pedroso que vinha logo atrás.

- Eles é que me pagaram para eu vir para aqui, e o sósia que não se lembra de nada é um pobre triste daqueles que estavam na base de Cuba! - Defendeu-se o Bibi.

- Malditos eua! - Samaritano, Bin Laden e Saddam em unissono. esta minha frase valeu-me o direito de ser considerado insuspeito no meio deles!

- Fala muito que o teu que anda lá em Portugal deve ter sido barato oh Paulinho! Tu é que te safaste, antes que a coisa fique negra. É o que faz ter irmãos com amigos no ministério da justiça – Atirou um tipo vestido de bombeiro!

Quem é este bombeiro?? - Perguntei eu a medo e muito confuso. Gargalhada geral na cozinha. Estás a ver aquele helicóptero americano ali disfarçado no meio da palha? - Perguntou o bombeiro. De facto estava lá um heli de guerra. Enquanto olhava bem pela janela pergunta a Fátima:

Queres melhor piloto de helicóptero que um bombeiro de Lamego? Eles são os melhores do mundo!

Nisto começou a tocar um sino. Levantaram-se todos e ordenaram-me que fosse à missa! Mesmo sem saberem quem eu era, e o que ali fazia à missa ninguém escapava! Fui atrás deles para um celeiro que tinha uma cruz por cima da porta, e o Paulo Pedroso avisou-me que depois da missa, tinha-lhe de dizer em que alhada me tinha metido.
Ia a caminhar tremulamente e devia ir pálido.

Quando entrei no átrio da igreja disfarçada e vejo no altar pronto para começar a oração o padre Frederico de braços abertos na minha direcção a dizer: “Bem-vindo a esta casa novo irmão, mal acabe a missa vou-te confessar” caí redondo no chão!

Acordo no meu sofá, e olho para a mesa! Maldita vodka! Só me dá pesadelos. Nunca mais bebo assim! A sair de casa ainda a lembrar-me do pesadelo, vejo no outro lado da rua três moçoilas vestidas de preto a saírem dum Mercedes topo de gama preto e uma delas disse-me olá! Comecei a correr na direcção oposta, enquanto dizia uma de braços à cintura: “Deves ser gay! Deves ser Gay!”

Quero lá saber! Não quero é que o padre Frederico me confesse!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!

Caridades:

dezembro 27, 2003

Acordei e estava deitado numa cama diferente da minha. No mesmo quarto estavam mais 2 tipos. Olhei pela janela e vi prédios. Olhei para o relógio que estava na parede e marcava 2 horas. Era de madrugada pois estava noite. Os tipos ressonavam feito aviões. Levantei-me e fui à janela. Estava frio. Não conhecia nada daquilo. Fui ao espelho e era eu. Era mesmo eu. Despenteado, olhos encovados. No braço um cateter e soro. UI! Estou num hospital. Que me terá acontecido? Não me lembro. Lembro-me de estar em cima duma árvore, a apanhar laranjas para uma moçoila linda. A partir daí, o escuro. Fui ao WC. Passo por duas enfermeiras no corredor que iam a cantarolar o don’t cry dos guns. Perguntam-me se estou melhor, e eu não respondo. Volto do WC, verifico em que unidade estava, e deito-me. Porque raio estaria numa unidade mental? Fico ali a tentar lembrar-me de algo, mas nada. Decidi não falar.

Sete da manha e acordam os tipos, logo após entrarem enfermeiras. Uma vem À minha beira e mete-me o termómetro debaixo do braço. Uma porrada de medicamentos em cima da mesinha de cabeceira e um pão com um copo de leite ali ao lado. Coma e tome isto. Sentei-me na cama e tomei os medicamentos. Eram genéricos? Que estava eu a tomar? Mantive-me calado. O tipo do lado pergunta-me se eu já sei o meu nome. Não lhe respondo, e ele atira com um: “coitado, hoje nem fala. Cada vez está pior! Recebe tantas visitas, e não diz coisa com coisa! Está aqui há 15 dias e nada! Perdeu a memória de vez!” Digo-lhe que me chamo Samaritano. Riem-se muito os dois – Hoje é Samaritano! Ainda ontem era diabo e no outro dia era judeu. Cada nome que arranja!

Outra enfermeira que entra. Na mão trás uma maquina de barbear. Que é isto? Pergunta ela. Não respondo. Pega em óculos e a mesma pergunta. Silencio de retorno. Os tipos esperam pela minha resposta. Estão a olhar desconfiados. Responda-me vá – Diz a enfermeira – o que é isto? Um dildo, digo eu aborrecido com a situação! Risota geral. “Contínua igual! Não acerta uma coitado” – atira um dos tipos.

Bem por alguma razão estava no hospital à 15 dias, e não me lembrava de nada em relação aquela situação. Pelos vistos andavam-me a fazer perguntas de coisas simples. Não me conseguia lembrar! Preocupava-me a chegada da noite! Sentia medo com a noite. Ansiedade profunda para que não chegasse a noite. Eu que sempre adorei a noite, estaria com medo dela porque? Logo se veria.

Mantive-me calado. Duas visitas à tarde. Conhecia-os perfeitamente. Eram velhos amigos de infância. Fizeram-me uma festa na cabeça e falaram para mim. Não lhes respondi. Sentados na cama interrogaram outra enfermeira acerca do meu estado. Ela disse-lhes que eu ainda não tinha recuperado a memória. Que com os tratamentos que estava a fazer iria recuperar, mas que era um processo lento. Estas pancadas na cabeça por vezes são terríveis para evitar mazelas. Disse um deles: “Ele andava a ajudar uma amiga dele a apanhar laranjas e caiu duma árvore com a cabeça directamente no chão. Foi uma sorte não ter morrido! Ela não gostava dele, pois ainda não o veio visitar!”
Mais uma desilusão. A margarida não me veio visitar. Ela queria era ajuda na apanha das laranjas.

Pronto. Estava decidido! Já sabia o que me tinha acontecido e estava curado. Mas o medo que sentia com a passagem das horas, fez-me manter calado. Eles foram embora! Amanha também iria! Estava curado! Restava-me verificar o porque do medo. Mais comprimidos, que fingi tomar. Chega a noite. Começo a sentir pavor. Grande medo e ansiedade! Que raio! O que me faz ter medo da noite? Adormeci com muito receio. Acordava de 15 em 15 minutos.

De repente entra uma enfermeira. O meu coração começou a bater muito forte! Pânico! Ansiedade! Medo!
Estava ali diante de mim uns 150 quilos de terror. Era aquele monstro que me provocava medo. Deu-me um comprimido para tomar! Fingi tomar. Saiu! Alivio em mim. Vi como ela teve de se meter de lado para passar na porta. Os meus parceiros de quarto ressonavam. Continuava com medo. Voltou a entrar o monstro, e comecei a suar.
Tirou-me o soro, e pegou em mim como se fosse um bebé. Meteu-me numa maca e levou-me dali. Tudo deserto e silencioso pelos corredores. Entrei num gabinete que dizia enfermeira-chefe! Lá dentro usou uma compressa para me tapar a boca! Começou a tirar a bata! Nunca tinha visto semelhante coisa ao vivo! Já tinha visto fotos de mulheres assim, pois tenho colegas que usam o meu mail para me mandarem coisas destas, mas eu sempre pensei que eram montagens! Afinal estes monstros existem mesmo!

Chega-se perto de mim e diz: “Estes últimos 15 dias têm sido das melhores coisas que me aconteceram! O viagra que te dei já está a fazer efeito? Deve estar, meu desmemoriado lindo!” Percebi tudo! Esta besta andava há quinze dias a abusar de mim. O medo que sentia da noite era isto! Levantei-me, tirei a mordaça e disse que nem mais uma vez. Disse-lhe o meu nome e que pretendia meter-lhe um processo! Diz ela: “Ai que felicidade! O meu tratamento de choque curou mais um pobre desgraçado! Este tratamento é mesmo eficaz! Ainda recebo o prémio Nobel da medicina por estas curas milagrosas que faço!”

Saí dali a correr, vesti-me, e saí do hospital depois de ter assinado um termo de responsabilidade!
Quer dizer. Estas enfermeiras saídas de filmes de terror, abusam sexualmente dum tipo e da sua pobre condição de desmemoriados, e ainda se dizem inovadoras em terapêuticas para a mente? O que me vale é que não me lembro de nada! Terei mesmo andado a servir de cobaia durante 15 dias, ou terei sido abusado sexualmente até à última gota? Os meus olhos encovados devem ser a resposta!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

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