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Cenas reais dum tipo bom, caritativo e piedoso.

abril 20, 2004

Ia com tempo para o trabalho. Na TSF as noticias das 22:00 estavam a começar. Ia com os meus sentidos todos dirigidos para os buracos da porcaria de estrada secundária mal iluminada que faço todos os dias.

Após mais uma das muitas curva que tenho de fazer deparo-me com uma cena quase surreal. Ali no meio do mato um doberman a latir ferozmente para uma jovem que estava de mini-saia em cima dum muro. Aqui? Nem casas por perto tem. Travões e marcha-atrás. Não se deixa uma mulher assim tão bem vestida em maus lençóis!

Encosto o carro ao muro, salto para o lugar do passageiro, abro um pouco o vidro e pergunto se ela precisa de ajuda. Ela estava em pânico. A posição em que ela estava deixava-me num dilema profundo. Resolver logo a situação ou continuar a admirar a renda da roupa interior.

Visto que o cão não parava de correr dum lado para o outro sempre na tentativa de a apanhar, e ela não conseguia entrar pela janela para o carro, tive a magnifica ideia de ela subir para o tejadilho. Eu ia devagarinho até o cão desistir de a perseguir. Alguma coisa, ela batia no tejadilho e eu parava logo. Assim foi!

Arranquei devagarinho. Lá ia eu com uma moçoila em cima do tejadilho, em 2ª a uns 40 km/hora, e com um doberman a correr atrás do carro como um louco. Parecia uma cena tirada dum filme do 003. Para chegar às cenas do 007 tem-se muito que andar!

Passa por mim um carro devagarinho, e lá dentro o tipo faz um sinal com o dedo indicador a bater na testa! Ignorei! Ele queria era levar uma tipa boa no tejadilho! Dor de cotovelo é o que é.

O cão desistiu mas eu ainda andei cerca de 500 metros até chegar perto dumas casas. Ouvi umas pancadas no tejadilho. Parei, saí do carro, e ajudei a moçoila e descer do tejadilho. Mal se sentiu em terra firme arranjou a mini-saia que obviamente ficou toda subida, pois eu sou muito desajeitado a pegar em pessoas ao colo.

Mal ela tinha começado a explicar a situação, sai não sei de onde um rafeiro e TUNGAS! Uma mordidela na perna do samaritano. "Ai coitadinho de si! Não merecia nada disto". Não dei parte de muito fraco mas já sentia o sangue a escorrer pela perna. “Venha comigo que eu moro mesmo ali e trato de si.”

Lá ia eu a pé para desinfectar a perna, e quem sabe ser devidamente recompensado pela minha atitude caridosa. Mal passo pelo portão da casa deparo com um calmeirão completamente bêbado. “Onde andaste até estas horas!? Quem é esse marmanjo!? Espera aí, que a caçadeira ainda não teve uso este ano!!”.

Querem ver que ainda levo um tiro?!!!

Tive sorte!! Ela conseguiu acalmar o gajo por entre uns beijos e promessas de amor. Até tive de mostrar o ferimento e tudo!
Ele não estava muito convencido com a situação e eu declinei o tratamento justificando-me com as horas. Tinha de ir trabalhar! Ela agradeceu timidamente, e eu tratei de acelerar o passo até ao carro, pois o tipo vinha-me a fazer a escolta como bom cavalheiro!!

É no que dá um gajo ser caridoso!!! Esta merda na perna dói de caraças e as calças foram para o lixo!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 14, 2004

A Mafalda era uma velha colega de outras andanças. Moçoila para 26 anos, tinha deixado a faculdade para ir trabalhar na clínica do pai. É o que faz ter um pai que felizmente podia sustentar perfeitamente mais de 1000 Mafaldas.
Encontrei-a cabisbaixa ao balcão do bar do costume. Ela explicou-me que queria ter 15 dias de férias no Brasil, mas o pai não a deixava ir enquanto não encontrasse substituto para o trabalho dela.

Após duas vodkas fiquei a saber que ela fazia simples análises de rotina a clientes da clínica que tinham preguiça de fazerem o auto-exame da mama. O esquema era simples: as clientes por cada consulta em qualquer especialidade recebiam de bónus um exame gratuito feito pela Mafalda.

Perguntei se precisava de alguma formação especial para o fazer e fiquei a saber que não. A Mafalda disse-me que poderia aprender em como o fazer em apenas 15 minutos. Ofereci-me logo para ficar no lugar dela na clínica! Isto de ter mamocas para apalpar todos os dias, não é coisa de se deixar escapar. Para além disso, eu não ficava bem de consciência se não ajudasse a Mafalda. Afinal os samaritanos servem é para estas coisas.

Ao outro dia pelas 08:30 estava à porta da clínica. Ela de bilhetes na mão e malas aviadas no carro, ia-me explicar como fazer os exames gratuitos. Só por si já era o pagamento justo de 15 dias! Mal dormi de noite a pensar em como lhe iria fazer o exame! Começou a correr mal. Afinal haviam lá meias bonecas insufláveis para eu aprender. Não desanimei, pois mais cedo ou mais tarde iria ter a recompensa pelo meu bondoso acto.

De manha não apareceu cliente nenhuma! Depois do almoço avisaram-me que ia chegar a primeira. É preciso ter azar. Para primeira cliente saiu-me uma velha de 80 anos, que devia sofrer de tudo menos de problemas mamários. Ora porra! Lá fiz um exame meio a correr, e desejei uma boa tarde. Passado um pouco, apareceu outra…
Nunca percebi nada de tamanhos dos seios, mas esta devia ter uns 30 quilos de mamas! Era tão gorda, tão gorda que demorei mais de 30 minutos para conseguir verificar aquela área toda! Ainda tive de estar a afastar as banhas para conseguir… Enfim! Um autentico desastre! Ela ficou muito contente e disse-me que ia avisar as amigas todas!
Esteja à vontade D.ª Amélia…rosnei a sorrir…

E deve ter avisado mesmo! Desconfio até que ela deve ter andado a colar cartazes por todo o lado. Começaram a aparecer gordas em catadupa à porta do gabinete! Terá ela colado cartazes nas pastelarias todas da zona? Aquilo era uma pior que a outra!
Ao terceiro dia já estava farto de examinar gordas! Mulherio novo nada! A Dª Amélia devia ser muito doente pois todos os dias arranjava uma consulta em diferentes especialidades, e também devia sofrer de algum problema de memória, pois apareceu lá todos os dias com a desculpa: “sabe samaritano, isto tem tanto por onde verificar que eu não ando descansada”
A cada saída dela de lá eu fumava 3 cigarros seguidos!

Apareceu de tudo! As notícias que um gajo novo faz exames deve ter andado de boca em boca pelas cabeleireiras da zona. Até uma tipa muito magra, sem mamas nenhumas apareceu lá para eu verificar! Verificar o quê? Enfim!
Foram 763 exames! Desses uns 50% foram a velhas. Os restantes a gordas, ou a mulherio muito feio que nem mamas tinha! A D.ª Amélia num só dia teve consulta no dentista, no oftalmologista, e no nutricionista…. Teve o direito a 3 exames gratuitos. Maldita a hora que eu disse à Mafalda que a substituía!

Foram 9 dias úteis de sacrifício! Sim 9! Deviam ser 10, mas ao nono dia entrou pela porta dentro a coisa mais bem feita de peito que eu já vi na vida, e que me fez acreditar que afinal Deus existe, e me iria recompensar depois de tanto sacrifício.

No fim do exame estava eu meio babado e a elogiar o poder de Deus, e a abençoar os pais de tal monumento, quando o tal de João de Faria me disse que era gajo! Oh que caraças! Foi ela (ou ele?), foi a marquesa, foram os registos, foram as gordas que estavam à porta. Saí dali com passo acelerado e a praguejar. Só me faltava que a única mulher com peitos dignos de serem analisados, fosse afinal um homem!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 11, 2004

Eu conheci a maldita jornalista após um acontecimento desastroso. Foi na passagem de ano….

Estava eu numa das mais conhecidas discos do porto a festejar a passagem de ano, quando vi a moçoila. Andava sozinha de bar em bar, e aqueles olhos verdes estavam-me a fazer fixar o olhar. Moçoila para 22 anitos, aceitou a vodka que lhe paguei, e passado 10 minutos fiquei a saber que ela era motard. Evidentemente passei a ser motard na mesma hora. No dia 1 havia uma concentração motard em Coimbra, e ela convidou-me a ir lá ter com ela.

Passei o resto da madrugada à procura dum amigo que tinha mota. Encontrei-o num motel perto de Espinho, e ele ficou tão chateado com a minha presença, que me emprestou na hora as chaves da Honda.

No dia 1 pelas 14:00 lá estava eu em Coimbra na concentração. Tinha passado toda a manha a ver como é que conseguia arrancar com o diabo da mota sem a deixar ir abaixo. O percurso até Coimbra foi feito em 4ª velocidade sempre encostado à linha mais à direita da A1. Isto de ser motard tem muito eu se lhe diga. Os riscos são grandes, mas a moçoila valia a pena todos os riscos.

Quando lá cheguei verifiquei que haviam centenas de motas, e milhares de pessoas. Como iria eu descobri-la no meio de tanto pessoas? Encostei-me a uma esquina perto dum bar a ver as motas a saírem da concentração para a estrada. De repente ela ia a sair. Aqueles cabelos loiros ao vento e as 9 motas que iam atrás dela não enganavam ninguém. Era ela, concorrência não me faltava, mas eu tinha sido convidado a estar presente. Assobiei mas ela não olhou. Estava a descer para ir buscar a mota para lhe fazer uma perseguição, quando ela saca um cavalo, e cai numa valeta.

Fui a correr para o local, ao atravessar a estrada na ânsia de chegar o mais rápido possível ia sendo atropelado por um camião. Um cão correu ao meu lado e trincou-me uma perna, mas eu não desisti. Mal cheguei perto dela afastei os abutres todos que a rodeavam, gritando: “Afastem-se que eu sou o Samaritano, e tenho curso de primeiros socorros!”

Verifiquei que a queda tinha sido grave, pois ela tinha a cara virada totalmente para as costas. Pensei que tinha partido o pescoço. Peguei na cabeça dela e tentei roda-la com toda a força que tinha. Foi aí que ela começou a gritar, e quanto mais eu tentava meter a cabeça no sítio mais ela gritava. Foi aí que levei o primeiro pontapé. O grupo de fãs dela ficou tão irritado com a minha preciosa tentativa de ajuda-la que me espancaram no local.

A maldita jornalista ao outro dia na cama do hospital tentava obter o meu testemunho para publicar a história. Foi ela que me explicou porque fui barbaramente agredido.
“Oh Samaritano, meu querido, ela não tinha a cara virada para as costas. Ela tinha era vestido a casaca com o fecho para trás, o que de facto engana qualquer um. Eles pensavam que a querias matar ao virar-lhe a cabeça ao contrário, o que não aconteceu por puro milagre.”

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

abril 02, 2004

Dediquei 3 meses consecutivos a uma jornalista que escreve umas coisas no jornal da terra. Prometi-lhe que nem ligava a máquina e esquecia para sempre a rede.
Foram 3 meses incríveis de frustrações. Ontem escrevi mais um artigo para ela publicar na secção semanal que dispõe no jornaleco. Todos os artigos que ela assinou foram escritos por mim. Aqui fica o artigo:

Dia 1 de Abril, sempre foi um dos meus preferidos. Este ano anotei algumas coisas que foram ditas e partilho convosco:

“O preço da gasolina vai baixar em Portugal” – Gasolineiras
“Nunca extraímos nada em excesso” – Areeiros do Douro
“As extracções eram de acordo com o previsto” – Instituto navegabilidade do Douro
“Não ficou provado que a ponte caiu” – Juiz do processo da ponte
“Casa da música não teve derrapagem no orçamento” – C.M. Porto
“A expo continua a dar lucro e foi excelente investimento para o país” – Conselho de Adm. do parque expo
“Os impostos vão baixar” – Manuela Ferreira Leite
“O défice está controlado” – Manuela Ferreira Leite
“Estou grávida” – Manuela Ferreira Leite
“Sempre gostei de mulheres” – Paulo Portas
“Estava com o Pedroso no dia 12/03/1968, comemos um bom bife, o vinho foi do Alentejo, a empregada chamava-se Cristina, estavam 12 pessoas na sala, o Paulo limpou a boca 6 vezes, e o dono do restaurante tinha flatulências” – Ferro Rodrigues em declarações ao TIC
“Gosto do trabalho do Scolari” – Pinto da Costa
“Vamos arrasar tudo em Portugal e ser dos maiores da Europa em 2005” – L. F. Vieira
“Não se sabe de que morreu Feher” – Resultados de autópsia
“Nunca quis ser capitão do slb” – Simão Saborosa
“Vou ver as meias-finais ao dragão” – Rui Rio
“O Baia é excelente guarda-redes” – Scolari
“Os fármacos da indução anestésica eram os ideais para a situação” – Ordem dos médicos
“O Iraque está sob total controlo e vive-se muito melhor agora lá” – J. W. Bush
“Ainda podemos encontrar as armas de destruição em massa no Iraque” – Pentágono
“Se houver atentados em Portugal é obra das FP 25 Abril” – Durão Barroso
“Continuo convencido que foi a ETA” – Aznar
“Lutamos por um mundo melhor” – Blair
“Já impedimos 16 grandes ataques na Europa após o 11 Junho” – Secretas europeias
“Já impedimos 32 grandes ataques nos EUA após o 11 Junho” – CIA & FBI
“Quase que fui apanhado por 51 vezes” – Osama Bin Laden
“Os americanos ainda não entraram em Bagdad” – Ministro da defesa Iraquiano
"Tenho grande sucesso com as mulheres" -- Samaritano

No final do dia e após ter recolhido os elogios dela, convidei-a para jantar pela enésima vez, e estava decidido a acabar de vez com esta situação frustrante. Caridade sempre, mas 3 meses seguidos a fazer as vontades todas ao mulherio sem ter nada em troca já é abuso.

Fui determinado, mas quando chegou à hora da verdade, fiquei a saber que o que ela gosta de homens está directamente proporcional ao gosto do Paulinho pelas mulheres.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!

Caridades:

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