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Cenas reais dum tipo bom, caritativo e piedoso.

novembro 22, 2003

Esta ausência deve-se ao facto de eu ter ido passar umas merecidas férias à Suiça.
Pois é! Fui esquiar, porque sou tipo de bons gostos e curto desportos que estão na moda.
Aquilo é só gente fina, e rica. Como é possível gente tão fina andar a passar frio, longe das suas comodidades?

Estava de esquis na mão a ver que ainda não ia ser desta que ia esquiar um metro que fosse! O tempo estava mau. Trovoada, queda de neve, possibilidades de avalanches. Vi entrar mais uma corajosa para o teleférico. Poucos se tinham aventurado. Estava a cair a noite. Era a ultima pessoa a subir naquele teleférico, pois a seguir vinham as trevas. Perguntei a mim mesmo, o porquê de tão escultural moçoila arriscar a vida naquelas condições. São coisas que não percebo.

Ia o teleférico a meio e zás! Luz abaixo, alarmes de avalanche a tocar. Foi verificado quem estava, quem poderia estar no meio da montanha, e chegou-se à conclusão que só havia uma pessoa a faltar. Revelei na hora que tinha visto uma moçoila a entrar no teleférico, e que devia ter ficado a meio. Houve uma reunião de emergência, na qual fiz questão de participar para ver qual a melhor forma de a resgatar. Estava mau. Helicópteros não podiam voar, não havia previsão da volta de corrente eléctrica, e mesmo que viesse os motores do teleférico estavam danificados. O tempo previa-se tempestuoso para a noite. Não sabiam o que haviam de fazer.

Após saber que a moçoila estava de férias sozinha, e que era brasileira, ofereci-me para ajudar e dei a sugestão. Ia subir pelos cabos do teleférico, com mantimentos e coisas que a fizessem aquecer. Passaria com ela tão tormentosa noite até nos poderem resgatar de lá. Assinei uma declaração para ilibar a direcção da instância de qualquer responsabilidades neste meu acto altruísta. Lá fui eu com uma mochila cheia de tralha.
Sacos cama quentes, café a escaldar, água quente, luvas, alimentos concentrados, chocolate, e claro que levava muito, muito vodka. Aquilo ia ser uma noite louca. Eu ali preso no teleférico com tão formosa jovem, quiçá na ultima noite das nossas vidas! Eu e ela. Perfeitos desconhecidos numa noite pavorosa. Ela a vitima, eu o salvador.

Lá fui eu pelos cabos de aço. Centenas de pessoas incentivavam-me. “Força Samaritano! Tu consegues! Força Samaritano!” Após 3 horas e meia de tão penosa subida cheguei ao Bagão onde ela estava! Ouvi cá em baixo um ruído distante de palmas, e vi as luzes dos que me aplaudiram a sair, de lá em direcção às casas. Ela agarrou-me, abraçou-me e entre pulos de alegria exclamou que eu era o herói dela! Eu era o herói!
Queria lá saber disso! Queria era respirar um pouco. A subida tinha-me deixado ficar ofegante, com as luvas de couro rasgadas, e não tinha frio nenhum. Indiquei a mochila, e sentei-me num canto a tentar recuperar algum fôlego. Ela enquanto abria a mochila para ver o que lá tinha eu ia tentando sobreviver em tão rarefeito ar, coberto de neve, mas os meus olhos não me deixavam repousar! Que corpo tão escultural debaixo daquele fato de esquiar!

Ela estava agasalhada. Não iria morrer por causa de falta de alimentos ou frio. Poderíamos cair por causa dos ventos ciclónicos, ou levar com uma descarga eléctrica em cima. Passado uns 30 minutos, e depois de recuperado comecei as perguntas da praxe. Ela estava ao meu lado, a abraçar-me e a evitar que eu ficasse gelado. Dizia-me cheia de medo que gostava de aproveitar a noite com o herói dela. Que poderia ser a ultima! Aquilo estava a correr bem!

Comecei por perguntar como é que ela tinha vindo esquiar sozinha, e aventurar-se desta forma.
Ela enquanto me dava um beijo na cara gelada disse:
“Ganhei um concurso da clínica onde fui operada. Sabe querido, eu sou transexuau. Um brasileiro lindíssimo que agora é muilhé.”

Dei um salto para o outro canto! Ela ou ele, nem sei bem o que chamar, ficou num canto cheio ou cheia, de agasalhos e nem se aproximou mais de mim. Ninguém se iria aproximar depois do que vociferei contra Deus, contra ou homens e contra os transexuais. Passei uma noite a tinir de frio, a olhar para aquela, aquele… sei lá… para aquele ser, (ser?!) ali no canto a dormir. O que me safou foi a vodka. Bebia para aquecer e esquecer!

De manha chegou um heli. Mal cheguei a terra nem liguei aos aplausos. Fiz a mala e parti para a Alemanha. Parece que deu nas notícias: “Samaritano Português salva transexual Brasileiro em montanha medonha.” Até fotos minhas nos jornais apareceram!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 14, 2003

A Eduarda era professora primária. O seu marido dentista. A Eduarda andava sempre a queixar-se do comportamento da canalha. Dizia que a miudagem cada vez estava pior, que já não conseguia ensinar, etc.… Eu depois de alguns conselhos adequados à situação, verifiquei que o problema dela era de origem sentimental. Ela lá confessou que o marido tinha uma amante brasileira. E que andava desconfiada que ele qualquer dia a ia deixar. Eu disse que a ia ajudar.

Comecei a seguir o marido dela. Verifiquei todos os passos. Passado 3 semanas após um trabalho digno de “Berloque Colmes”, disse-lhe que ela tinha o casamento acabado. De facto mais valia acabar de vez, com o que já não existia. Ora como eu era cliente habitual do marido, disse que ela podia dizer que tinha sido eu a aconselhar a separação.

Nunca mais tive, nem procurei feedback da situação. Cerca de três semanas após, fui ao dentista. Ele recebeu-se como sempre. Eu notei que ele parecia o mesmo de sempre. A Eduarda não devia ter tomado nenhuma posição. Problema deles. Até foi muito atencioso comigo e tudo. Disse-me que estavam a usar uma nova anestesia e que eu a podia usar sem pagar o que ele costumava cobrar. A única diferença é que esta era intravenosa. Fiquei contente!

Lá me deu a abençoada anestesia. Era mesmo porreira! Fiquei zonzo e adormeci, mesmo não querendo. Quando acordei, estava sozinho no consultório! Olhei para o relógio e já era de madrugada. Levantei-me assustado, e vi um bilhete colado na porta:
“Caro samaritano! A minha mulher disse-me que foi o samaritano que a aconselhou a separação! Em troca do grande favor que me fez – estragar a minha situação tão confortável – decidi partir para o Brasil e para sempre, logo após realizar esta sua consulta. Não foi por acaso que o samaritano foi o meu último cliente. A porta do gabinete fica aberta, e pode sair à vontade quando acordar. Até sempre….”

Saí de lá sem perceber nada. Procurei um bar e sentei-me ao balcão. Quando pedi a minha vodka limão é que vi. O sacana tinha-me arrancado dente sim, dente não! Parecia um pirata dos antigos. Um tabuleiro de xadrez! Andei 3 semanas sem me rir para ninguém e gastei uma fortuna em pivots! A Eduarda ainda teve a lata de me dizer que estava arrependida, e que fui eu que a influenciei a tomar decisões erradíssimas!!!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 13, 2003

A Julieta para além de ser a catequista mais conceituada aqui da terrinha, e a preferida do abade Carlos, também o ajudava nos conselhos hipócritas que dão aos noivos. Pois é. Os noivos aqui têm de fazer um curso para se casarem na igreja. Ao que isto chegou! Eu bem as vejo de flor de laranjeira na cabeça. Enfim...

Eu tinha combinado sair com a Julieta nessa noite. Isso de ser catequista virgem aos 21 anos era coisa para ser bem festejada. Esperava eu que as hormonas fizessem o trabalho delas, e ela me ensinasse a rezar! Ou então ensinava-a eu. Tudo ia depender da forma como ia correr a noite. Fui busca-la às 21:00, e sofri a primeira desilusão. O casal que costumava gerir a ultima reunião com os noivos ia faltar e o abade tinha-lhe telefonado a pedir para ela ir lá! Ela pediu-me para ir com ela e que podíamos nós dar o nosso contributo. Já ia gastar tempo precioso de coro, mas ia tentar fazer passar uma boa imagem durante os meus conselhos. A Julieta ia ficar impressionada!

Chegámos à igreja, e estavam a acabar o ensaio do grupo coral. Eu andava distraído!!!! Nos grupos corais existem vozes femininas que são um espanto. As formas que dão à boca para cantar algumas partes, também são no mínimo susceptíveis de criar ilusões menos próprias, e algumas são até hilariantes.

Começamos a reunião com 5 casais. O abade apresentou-nos como sendo dois jovens, que embora fossemos solteiros, tínhamos grandes testemunhos a dar na área da caridade, compreensão, e amor pelo próximo. Não podia estar mais certo!

No grupo haviam 2 colegas meus de escola. Não os via há muitos anos! A Maria que ia casar com o Gonçalves, e o Artur que ia casar com a Sofia. A Maria e o Artur tinham namorado durante muito tempo. Como a vida muda. Deviam-se ter chateado. Foi por aí que eu comecei:

- “Conheço duas pessoas que aqui estão hoje, e é engraçado como são eles próprios, o exemplo de como se podem ultrapassar dificuldades, desde que haja compreensão e amor. A Maria que namorou com o Artur, vai casar com o Gonçalves. Lembro-me bem do Artur andar preocupado com a possibilidade da Maria estar grávida, e ela ter tido uma discussão contra o aborto nessa altura…. Estiveram para se separar, mas continuaram…”

Foi aqui que tudo começou! Levantou-se o Gonçalves e berrou para a noiva: “Tu não és virgem?! Aquele fuinha andou por aí a fazer estragos?! Gravidez?! Não era só depois de casar que querias perder a virgindade?! Acabou tudo!

Do outro lado berrava a Sofia: -“ Artur!!! Disseste-me que nunca tinhas tido nada com outra mulher! Que tinham sido apenas namoricos inocentes! Não confio mais em ti!”
O Artur berrava com o Gonçalves: “Fuinha?! Fuinha?!”

Comigo berravam uns poucos:

Abade: Maldito Samaritano que me estragaste dois casamentos.
Julieta: Samaritano, tu vê o que fizeste!!! Nunca mais te quero ver! Seu estraga casórios
Artur: Eu trato já de ti oh samaritano dum raio! Ai trato!!!!!
Maria: Sempre tiveste a mania! Agora até o casamento me estragaste! Seu pulha! Não és em condições de saber nada!
Os outros casais também me apontavam o dedo, mas nem percebia bem o que eles diziam!

Acabei a noite a fugir deles pela igreja fora. O abade estava de água benta na mão e crucifixo a tentar acalmar os ânimos! Consegui fugir pela porta da sacristia, com algumas escoriações ligeiras nas pernas de saltar de banco em banco!
Em vez de sair com um dos melhores espécimes femininos, estraguei a possibilidade de no futuro poder aconselhar e acompanhar caridosamente, os problemas de 5 mulheres casadas!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 11, 2003

Estava a ler o jornal aqui da terrinha, e vi um anúncio para trabalho. Pediam uma pessoa para ajudar na área de recursos humanos (RH). Se a questão era ajudar, e ainda por cima ganhar uns trocos, eu era o tipo ideal. Fui lá inscrever-me. Passei logo da inscrição para a entrevista com a psicóloga dos RH. Uma moçoila muito bem apresentada, e com ar de quem tem problemas sentimentais. Eu tiro logo as medidas psicológicas ao mulherio!
A entrevista correu muito bem, e fui seleccionado para começar a trabalhar. Ia começar no dia seguinte, e ia ficar durante 15 dias à experiência.

No dia seguinte às 08:00 lá estava eu dentro do meu gabinetezito, que tinha a meio uma parede com janelas de vidro. Do ouro lado a Dr.ª Rute, olhava para mim. Eu olhava para ela. O trabalho era simples. Organizar a papelada toda antes de lhe passar. Era tipo um secretario. Também atendia as chamadas para ela, e passava-as, ou não, conforme as ordens que recebesse.

A manha estava a correr bem. Recebi um telefonema dum tal de Ernesto, que queria falar com ela. Perguntei-lhe e do outro lado veio a resposta que para o Ernesto ela estava sempre! Era o namorado dela! Por engano troquei os botões todos e fiquei sem saber como, a ouvir a conversa deles no meu telefone também em voz alta! Achei melhor não mexer em nada, para não dar bandeira!

-“Rute meu amor! Logo à tarde é que vai ser! Vai ser uma festança!”
-“Não fales assim Ernesto, que eu estou a trabalhar! Assim não penso noutra coisa!”
“-Não te esqueças! Às 15:00 sem falta!”
“-Podia lá esquecer-me disso?”

Por esta altura levantei-me e saí da sala. Não queria ouvir mais nada.
Depois do almoço, a Rute disse-me que tinha de se ausentar, pois ia para uma reunião importante de trabalho!
Que rica reunião não ia ser. Este mulherio mente mal.
Tratei de arrumar o serviço todo e também saí! Ia aproveitar a tarde na praia. Se ela pode sair, ninguém ia dar pela minha falta. Passei por casa, vesti os calções, e levei comigo o meu cão de água Português.

Que rica tarde de Junho! Pouca gente no areal. Comecei uma caminhada rente ao mar com o cão todo contente. Numa zona onde já não se via ninguém, ouvi uns gritos vindos das dunas. Meti a coleira no cão, e fui verificar. Quando mais me aproximava, mais convencido estava que estavam a matar alguém! Os gritos femininos eram cada vez mais estridentes!
Subi a enorme duna e esta fazia uma grande depressão no meio. Parecia mesmo um buraco feito pelo homem. Rastejei um pouco com o cão e quando lá cheguei vi a Dr.ª Rute numa pose diabólica com o namorado!

Ela olhou para mim, e ele ameaçou-me logo com porrada! Acusou-me de ser voyeur! A Dr.ª vermelha como um pimento lá disse para ele ter calma que me conhecia. Eu disse-lhe:

-“Doutora, era só para avisar que telefonaram para si, e eu disse que estava numa reunião!”

Após isto tratei de me retirar dali para fora com passo rápido, logo após pedir desculpas pelo incómodo!
Evidentemente nunca mais apareci na fábrica!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 09, 2003

Fui a casa para tomar um duche antes de ir beber um copo, e no atendedor de chamadas tinha uma mensagem da Carolina: “Samaritano, mal chegues, anda aqui a casa que preciso dum favor teu.”

Lá fui eu às 02:00 da madrugada tocar à campainha da Carolina. O marido é que não ia gostar nada da brincadeira, mas um pedido de ajuda é um pedido! Toquei e veio ela em roupão abrir. Recebeu-me, mandou entrar, agradeceu a presença e não perdeu tempo. Passou logo a explicar tudo! O marido tinha ido à Hungria ver um jogo de futebol. Ela aproveitou a ausência dele para dar uma festa para amigas e amigos. Conclusão: a sanita ficou entupida com algumas embalagens de produtos suspeitos. O marido ia chegar lá pelas 06:00, e ela queria limpar tudo. Disse que sabia que podia contar com a minha discrição.

Claro que eu antes de ir aproveitar a noite como previsto, ia ajuda-la a tratar daquilo. Até podia ser que já não precisasse de investir tempo e dinheiro em bares.
Ventosa na mão, e toca tentar desentupir. Nada! Soda caustica, e nada! Toca a cortar a água e desapertar os parafusos da sanita. Sanita fora e toca a meter as mãos no cano. Usei um saco plástico a servir de luvas, e comecei a limpar tudo. De repente, quando já estava quase tudo limpinho o vizinho de cima descarrega agua, e levo com um refluxo de…de…. Bem, vocês sabem!

Que porcaria! Eu tinha tirado as calças para não sujar, mas levei com aquilo tudo pelas pernas. Acabei o serviço, e ela ofereceu a banheira para eu lavar-me.
Era o mínimo que ela podia fazer. Aproveitei a oferta. Estava já de banhito tomado, e a deixar correr a hora, pois podia ser que ela se oferecesse para lavar as costas. Ela abre a porta e diz-me que o marido tinha acabado de telefonar, e que estava quase a chegar a casa! Tinha trocado de voo e iam chegar mais cedo! Saí da banheira num pulo, vesti-me a correr, e nem me despedi dela! Ela estava no quarto a acabar de arrumar a cama, e ainda me disse que depois me telefonava e com certeza me ia agradecer de forma especial.

Meti-me no carro, e fui para uma conhecida disco no porto. Estacionei mesmo à porta, o que é raro. Mal cheguei perto da porta, o porteiro diz: “Deixem passar ali o super-homem! Era eu. Fiquei admirado com os sorrisos de todos, enquanto eu passava. Que estranho eu entrar logo! Entro na disco e tudo a olhar para mim. A moçoila do bar chamou-me com o dedo, pegou no cartão e carimbou-o como pago. “Hoje o consumo é por conta da casa super-homem.”

Sem perceber nada do que se estava a passar, encostei-me ao balcão a beber o meu vodka, e aproximou-se uma jovem que me perguntou:
- “És super-homem em tudo?”
-“Mas porque raio é que todos me estão a chamar de super-homem?”
-“Eu só conheço um parolo que usa as cuecas por cima das calças! O super-homem!”

Olhei por mim abaixo e com a pressa de sair de casa da Carolina tinha vestido as cuecas por cima das calças!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 06, 2003

A Joaquina convidou-me para ir jogar golfe! Eu nunca tinha jogado, pelo que neguei. Como ela insistiu muito lá fui! O campo era excelente, e havia pouca gente por lá. É um jogo interessante. Claro que não dei tacada nenhuma! Andei foi a servir de carregador de tacos!

Estava a uns 200 metros dela perto do green e ela estava prestes a fazer um birdie. Não sei de onde veio uma porcaria duma bola e tungas! Cacetada no Samaritano.
Para não dar uma de fraquito e menino da mamã, fui para trás duns arbustros, meti-me de joelhos no chão com as mãos entre as pernas!

Estava lá a dizer mal da minha vida, quando chega um anjo perto de mim. Será que morri e estou no céu? – Foi a pergunta que me fiz!
Ela disse-me com uma voz tão carinhosa que tinha visto tudo, que estava muito arrependida, e que me podia fazer uma massagem. Eu ainda tentei dizer que não, mas quando dei conta ela já me tinha desapertado as calças e estava a massajar muito bem.

Passado uns 5 minutos, ela perguntou se estava a melhorar ao que respondi:
“Sim, claro! Já nem me dói o dedo onde a bola acertou, nem nada!”

Lembro-me de ter levado um estalo, e ver o taco no ar. Acordei com um traumatismo craniano no hospital!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 05, 2003

A noite de sábado para domingo tinha sido de arromba. Inundações, arvores caídas, e acidentes. Andei numa roda-viva toda a Santa noite, e como sempre meti-me em problemas. O que mais me custou foi o telemóvel ter ficado estragado na inundação duma garagem. Em contrapartida a tarde ia ser boa. Tinha combinado almoçar com a Júlia às 13:00 num bom restaurante. Tinha combinado com a Teresa tomar café num bar às 15:00. Combinado com a Susana às 17:00 à porta do via Catarina, para ir ao cinema. Com a Vera era jantar às 21:00.

Todas elas durante a semana tinham-me pedido para falar comigo. Eu marquei tudo para o mesmo dia.
Tenho uma agenda cheia, está bem?
Se por acaso me atrasasse por algum imponderável, só tinha de avisar as outras e cancelar tudo. Tudo dependia da gravidade da situação e da real necessidade que cada uma tivesse.

Cheguei ao restaurante com 5 minutos de antecedência. Sentei-me e fiquei à espera. Mesa para 2, aperitivos, e toca a pedir um bom espumante. Passado meia hora já estava o empregado a olhar para mim meio de lado. Eu ali sentado à espera da tipa e fila à espera de mesa. Às 13:30 perguntei onde era o WC, deixei uma nota de 20€ debaixo do prato e pirei-me dali para fora, para não passar vergonhas.

Às 15:00 estava no bar a beber um vodka com limão. O telemóvel estava a fazer falta. Maldita Júlia, que me tinha roído a corda. Às 15:50 saí do bar desanimado! A Teresa também não apareceu! Ainda liguei do fixo para o móvel dela mas estava desligado.

Fiz 40 quilómetros para estar no via Catarina às 17:00. Às 16:59 estava à porta.
Bem……….
……………

Fui para o Gaia shoping ver um filme sozinho e esperar pelas 21:00. Nem escolhi o filme. Cheguei à bilheteira e pedi um bilhete para o próximo. O filme era uma porcaria. Saí a meio, e meti-me a caminho da Póvoa para ir jantar. A Vera não me ia faltar ao encontro! Era só o que me faltava. Telefonei-lhe, mas ela não atendia o telemóvel.

Já não entrei no restaurante! Estive no carro à espera que ela chegasse. Estive desde as 20:45 até às 21:55, e como ela não chegou, fui a uma farmácia, comprei um sedativo forte, e fui para casa. Tomei 3 duma vez só! Acordei passado 37 horas! Valente descanso! Mesmo assim mal acordei, lembrei-me logo da partida e da tanga que levei. Maldito gaigedo!! Este mulherio cada vez anda pior!!

Fui tratar de arranjar o telemóvel. Arranjaram-mo e mal o liguei, recebi logo 19 mensagens. Sete das mensagens eram das cinco meninas! Comecei a ler e todas elas me diziam coisas parecidas! Que era muito feio eu marcar encontros e não comparecer!

Olha que moralistas dum raio! Toca a telefonar! Todas elas me disseram que eu não tinha aparecido! Que tinham levado seca!
Claro que ouviram todas do bom e do melhor!
Onde já se viu gozar com o Samaritano?!
Entrei numa pastelaria, e peguei no jornal. Era de sábado. Dobrei-o e pousei-o na mesa. Foi nessa altura que li a noticia!

“Amanha muda a hora!
“Amanha às 02:00 atrase o seu relógio para as 01:00"

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 04, 2003

Estava a acabar de me deitar e tocou o telemóvel. Era a Catarina que estava destroçada. Para além de estar com uma gripe muito grande, tinha apanhado o noivo com outra mulher. Chorava baba e ranho, e eu decidi que mais valia ir ter com ela. Passei por casa dela pelas 00:00 e levei-a de carro a espairecer. Parei o carro perto da baía de Espinho. A praia da baía estava calma. Ela depois de desabafar já se ria.

Comecei então a trabalhar aquele cérebro de ecologista em função de partir para outra, e aproveitar a vida. Ela estava com a cabeça deitada nas minhas pernas, e estava a dizer que eu devia ter razão! Ia acabar tudo com o noivo, e ia aproveitar a vida. Estava eu a dizer-lhe que devia gozar e depois escolher melhor quando toca o telemóvel. Era o noivo, e ela disse-me que ia meter em voz alta para eu ouvir.

- “Catarina. Tens de compreender que estavas doente! A carne é mais fraca”
- “Joaquim, não te quero ver nos próximos tempos. Estou com o Samaritano à beira-mar e decidi que vou procurar a minha felicidade noutro local”
-“Com o Samaritano? Esse aproveitador de mulheres tristes?”
-“Cala-te Joaquim! Ele é meu amigo, nada mais que isso.”
-“Para saíres comigo estás com gripe, mas para saíres com ele já não tens! Ah! Deixa-me adivinhar! Foste procurar o cachalote que deu à costa entre a Torreira e S. Jacinto!”
-“Olha Joaquim! Vai passear!”

Pronto. Desligou-lhe o telefone e disse-me, que se eu não me importasse ela gostava de ir ver o cachalote. Maldito Joaquim! Estava ela tão bem no meu colo e tinha de falar em cachalotes! Lá fui eu para a Torreira às 03:00 da manha! Era um investimento que podia trazer vantagens no futuro! Cheguei à praia, e não se passava nada. Saí do carro e não vi ninguém. Ela pediu-me para ir localizar o bicho! É evidente que lhe disse para ela não sair do carro, pois aquela brisa fria só a ia fazer ficar pior da gripe.

Lá fui eu a pé pela beira-mar. Entre a Torreira e S. Jacinto, não há estradas que façam a ligação a praias. É uma zona protegida ecologicamente e até tem uma reserva importante. Já caminhava à mais de meia hora e nada de cachalote. Telefonei-lhe, e disse-lhe que nada. Ela pediu para continuar a procurar, se eu não me importasse. Estava escuro como tudo. A noite era gélida, e nada de cachalotes. Já devia ter andado uns 15 quilómetros. Ia telefonar de novo a dizer que ia desistir, mas…. “TI… TI… TI…!” Telemóvel sem carga! Boa…

Iniciei o regresso. Iam ser umas 2 horas penosas até chegar perto do carro. Vi um embrulho no chão junto à linha de água. Baixei-me e apanhei. Estava bem embrulhado com fita-cola! Toca a verificar o que era. Estava a acabar de tirar a fita-cola toda e sai das dunas um jipe da moina. Saem 4 marmanjos de lá de dentro, com armas apontadas, cão polícia e o diabo a quatro!

“Já no chão! Nem te mexas!”
Deitei-me logo e mal chegaram à minha beira, trataram de me enfiar a cara na areia com o cão a latir bem perto dos ouvidos. Levaram-me para o jipe. Ainda tentei falar, mas a pistola apontada e o cão a latir juntamente com o conselho de nem dar um pio, fizeram-me calar.
A caminho do posto da guarda-fiscal, eu tentei defender-me. Expliquei que andava à procura do cachalote, que tinha uma mulher no meu carro à espera, que ela se tinha chateado com o noivo, que tinha ficado sem carga no telemóvel, etc... Eles só se riam. O cão não latia e até já me lambia a cara. Ao menos os cães sabem quem é bom! São os seus sentidos bem apurados.

Quando cheguei ao posto lá me disseram do que era acusado! Tráfico. Que eu sabia muito bem que estavam pacotes de cocaína a darem à costa, e eu devia estar metido na rede. Eu estava sem documentos. No telefonema que fiz para a Catarina, ela tinha o telemóvel desligado. (Fiquei a saber mais tarde, que também lhe tinha acabado a bateria.)

Enfim. Passei o resto da madrugada, e quase todo o dia seguinte numa cela com percevejos e carrapatos. Os interrogatórios que me fizeram foram cansativos. Métodos pidescos que ainda hoje se usam. Foi tortura psicológica durante horas. Mas eu não sabia de nada! Como podia revelar o que não sei?!

Fui salvo pela Catarina, que ao pensar que me devia ter acontecido algo grave, telefonou ao Joaquim, e alertou as autoridades. Fui liberto com um pedido de desculpas simples pela parte da moina, e fiquei a saber que a história falsa do cachalote, foi uma jogada do Joaquim para a fazer procurar o bicho, pois ele tinha medo que ela se vingasse dele, fazendo o mesmo comigo. Isso só vinha provar que ele ainda a amava! Ela disse-me também que tinham feito as pazes ainda dentro do meu carro, antes de me irem procurar.

Ela escusava de dizer isso, pois aquelas manchas brancas nos estofos (que eu tive de limpar!!!), iam revelar isso mesmo!
É preciso ter lata! ANTES de me procurarem…!!!!! É preciso ter muita lata!!!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 03, 2003

Como sabem, eu sou conhecido a nível nacional pelos meus feitos caridosos. Foi por essa rara qualidade que fui convidado a fazer um discurso no euro parque de Santa Maria da Feira. Havia o encontro nacional dos benfeitores públicos. No programa do encontro eu era o primeiro a discursar. Cabia-me a mim a honra de dar inicio ao encontro.

A caminho do euro parque estive a ajudar um motorista dum camião a mudar um pneu ao TIR. Isso fez com que chegasse atrasado. Entrei às 10:15, e já levava 15 minutos de atraso. Apresentei o convite ao segurança que estava à porta, e ele indicou-me o anfiteatro do 2º andar. Subi as escadas a correr para não perder tempo em elevadores e entrei na sala. Fiquei admirado! Ia ter um público muito diverso! Estava à espera de idosos, mas na realidade a maioria eram homens e mulheres ainda jovens. Sem perder tempo, dirigi-me à mesa onde tinha o micro e pedi a atenção de todos. Olharam para mim, e foram-se sentando. Comecei.

“Bom dia a todos, e peço desculpa pelo meu atraso. Não vejo aqui a pessoa que me convidou a estar presente, mas não vos quero fazer perder mais tempo. Como sabem nos dias de hoje, a sociedade adoptou um estilo de conduta, que não é a mais indicada na minha óptica. Dizemos que somos mais abertos, mais flexíveis, mas eu ainda vejo muito egoísmo. Pior que isso. Verifico que há muita intolerância, e denoto que há muita dificuldade na maioria das pessoas em ajudar o próximo. Cada vez mais é fácil apontar o dedo, e nada fazer para ajudar.”

(Por esta altura já tinha atraído o olhar e a atenção de todos os presentes. Alguns olhavam para mim de forma muito desconfiada e com uns olhares carregados. Parecia-me um misto de confusão e curiosidade, mas eu continuei!)

“Temos todos de ajudar a ultrapassar esses sentimentos egoístas. Cada vez mais temos de ter uma sociedade aberta, capaz de ajudar os que mais precisam! Temos de derrubar os preconceitos, e ajudar as pessoas a entenderem duma vez por todas que só temos felicidade, quando ajudamos os outros a serem felizes.”

(Primeiras palmas da manha.)

“Agora falo a nível pessoal! Eu nunca nego um pedido, quer seja para ajudar activamente ou passivamente. Obtenho sempre prazer, e nunca me arrependi. – Palmas, muitas palmas! Alguns dos presentes levantaram-se – Sou incapaz de negar um pedido para ajudar alguém a ser feliz. Aconselho todos a terem este comportamento porque de facto a felicidade dos outros é a nossa felicidade! Não olhem para o que possam dizer. Não liguem a analises comportamentais retrógradas. Vão em frente! Desprezem o facto desta sociedade cheia de preconceitos, nos poder apontar o dedo e chamar-nos de diferentes, de só o fazermos para chamar a atenção.”

(Palmas, muitas palmas! Agora foi a plateia toda em pé! Vi um tipo a limpar as lágrimas.)

“Todos nós sabemos o prazer que dá o facto de sermos diferentes da maioria. Sejamos felizes! Façamos os outros felizes! Nunca devemos dizer não! Tentemos ajudar sempre. Para vos provar, que eu funciono assim, e que nunca deixaria de ajudar ninguém que mo pedisse, posso dar o meu contacto a todos os presentes que assim o desejem! Tenham um bom dia. Não conheço a forma como vai decorrer o resto do dia, mas tenho 15 minutos para falar com os interessados.”

Estrondosa ovação. Mal acabei de pousar o microfone fui rodeado de pessoas. Alguns deram-me cartões pessoais. Muitos pediram-me o contacto pessoal. Muitos disseram-me para continuar, e que concordavam que a nossa felicidade está em fazer os outros felizes. Até recebi convites para jantar nessa noite, que declinei simpaticamente.

Foi então que um senhor com uns 50 anos, me disse que mesmo não sabendo quem eu era, e o que fazia ali, não me tinha interrompido, e que tinha adorado! Que ele como organizador do evento, não poderia ter desejado um discurso melhor. Disse-me ainda que me ia telefonar com toda a certeza sempre que tivesse necessidade de ajuda.

Fiquei um pouco atrapalhado! Estive eu a discursar para quem afinal? Sem querer dar muita bandeira, despedi-me de todos e entre abraços, palmas e desejos de felicidade pirei-me dali. À saída vi numa seta a indicar o encontro nacional de caridosos, para outro lado. Olhei para um cartaz que indicava este anfiteatro, e li:

“Primeiro encontro nacional da comunidade Gay.”

Tive de trocar de telemóvel, pois nunca mais parei de receber telefonemas de rotos a pedirem caridades!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 02, 2003

Encontrei a Marisa numa esplanada. Estava cada vez mais linda. Já não via a Marisa desde o verão. Convidou-me a sentar. “Samaritano!!! Ao tempo que não te via meu querido! Senta aqui perto de mim.”
Esteve a contar-me que a tia dela tinha morrido, e tinha-lhe deixado ficar o T0 como herança. Pediu-me para lá ir montar uma parabólica que ela tinha comprado. Queria ter TV no quarto. Na sala já tinha, e no quarto a tia não queria. Agora que morreu ela já a podia montar lá.

Fui ajuda-la! Não podia negar a montagem da parabólica. Entramos no apartamento e apareceu um caniche preto todo tolo aos saltos! Pensei que ia morder-me mas ela acalmou-me logo. Disse-me que o caniche da tia era o cão mais dócil que ela conhecia. De facto o cachorro nem latiu. Lá entrei mais descansado, mas sempre de olho no raio do bicho que isto de serem dóceis, às vezes não acaba bem.

Nunca tinha montado nenhuma parabólica, e aquilo não estava com ar de parecer fácil. Olhei para o livro de instruções mas nunca percebi nada de alemão!
- “Samaritano, sabes mesmo montar?”
- “Claro! Sou um perito em parabólicas” – disse enquanto tentava perceber como é que ia ligar o descodificador à TV, o cabo da antena ao descodificador, e o vídeo tudo na mesma banana.
- “Está bem. Monta lá isso.”

Fui para a varanda do quarto e comecei a furar a parede em cima dum escadote. Estava todo torcido a ver se não caía ao chão, quando ouço uma voz estridente mesmo ao lado:
-“Espero que tenha pedido autorização ao condomínio, para meter essa porcaria aí! Cá para mim é trabalho desnecessário. Isso vai ser tudo desmontado! Só há autorização para se montar isso no telhado.”
Pronto! Ainda nem tinha começado e já estava a meter-me em trabalhos. A Marisa disse-me que era melhor ir ao telhado montar o raio da antena. Lá fui.

O telhado do prédio estava pejado de antenas! Apertei a da Marisa pertinho de outra. Liguei o cabo de antena, e desci para ver como estava. Entrei pelo quarto e ela estava a trocar de roupa! Pedi desculpa, mas ela disse que não fazia mal, e que eu podia estar à vontade. Estive a verificar a sintonização enquanto ela trocava de roupa. A tentativa de sintonização durou até ela acabar de trocar a roupa toda! Pedi-lhe para ela ir vendo e avisar-me quando ficasse boa!

Cheguei ao telhado, tropecei e bati com a cabeça na antena! Levantei-me meio atordoado, e ouvi-a a gritar: “Está boa! Está boa!”. Apertei a antena bem apertada. Deve ter ficado bem. Deus ajuda os caridosos, nem que seja a marrar com a cabeça no que provoca problemas.

Cheguei ao quarto e estava ela a ver uma estação de TV que passa filmes porn. Verifiquei que era o único que estava sintonizado. Ela disse-me que não fazia mal. Ela no quarto só ia ver aquilo, e ia! Disse-me que antes da tia morrer ela costumava ver na sala, com o cão. Ela dormia lá para fazer companhia à pobre da tia. Estava a dar uma cena mais quente, e ela disse que achava nojento! Perguntei-lhe o motivo. Disse-me que o que ela mais apreciava era sexo oral.

Foi a minha deixa.
Comecei em grandes teorias sobre as vantagens do sexo oral. Já nem sei bem como, mas estávamos quase a passar da teoria à prática, quando o raio do caniche salta para a cama, morde-me numa virilha e começa a lamber a Marisa!

Ela nem me ligou nada. “Oh bobi querido, sempre o mesmo maluco! Ainda ontem fizeste o mesmo! Tu ainda gostas mais disto do que eu!”
Esbocei uma tentativa de chamar a atenção mas ela nem me ligou nada! Apenas o caniche rosnou a olhar meio de lado para mim! Agora percebo porque é que ela disse, que era o cão mais dócil que ela conhecia!!!!

Saí de lá com um galo na cabeça, uma virilha mordida, e completamente esquecido e desprezado pelos dois animais que estavam em cima da cama!
Um “rais-parta” o caniche da tia! Malditos lambedores de 4 patas.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

novembro 01, 2003

A Micaela pediu-me para organizar uma vindima para os amigos. Ela disse-me que sabia que podia contar comigo, para matar a saudade ao grupo de amigos íntimos dela. Para alguns ia ser a primeira vez que iam vindimar.
Lá arranjei um agricultor com uma boa vinha e que também tinha lagar. Ele ficou maravilhado com a ideia de ter pessoas a vindimarem por ele.

Sábado de manha lá estava o grupo. Sete homens e seis senhoras. A meio da tarde já estavam as uvas todas apanhadas e no lagar prontas para serem pisadas! Como ninguém queria pisar as uvas, e preferiam ir tomar um banho e descansar tirámos à sorte. Saiu-me a mim o pau de videira mais curto! Ia a subir ao banco para entrar dentro do lagar, e simulei uma entorse no joelho. Novo sorteio e calhou a outro a terrível missão. Eu saí de lá a mancar, com palmadinhas nas costas e desejos de melhoras de todos! À noite estava numa disco a dançar forte e feio!

Na segunda-feira ia a caminhar muito bem e aparece-me a Micaela. Comecei logo a mancar de novo.
-“ Ainda estás assim Samaritano?”
-“ Sim! Isto dói-me muito.”
-“ Anda comigo que já tratamos disso!”

Fui parar a um consultório. Ela falou com a recepcionista e após dez minutos estava numa sala muito bem decorada com uma tipa só em robe a fazer-me uma massagem ao joelho! Disse-me que à terceira consulta eu ia ficar bom! Eu já estava bom mesmo sem massagem, e mesmo que estivesse mal, aquele corpo escultural fazia esquecer tudo!
“Não se preocupe que à terceira consulta, leva tratamento completo”

Na segunda consulta nem me importei com os 25€ que custava cada consulta. Apareceu na sala, só em cuequita, começou a massajar o joelho! “Na próxima consulta vai ficar bom de vez! Sai daqui sem mancar! É o tratamento completo”

Chegou o dia do tratamento final! Desta vez pediram-me para pagar antes. Achei estranho, mas disseram-me que na terceira consulta, como era o tratamento completo, tinha-se de pagar antes. Disseram-me também que 90% dos casos ficam curados após o tratamento!

Esperei longos 45 minutos na sala de espera. Chamaram-me. Entrei e lá estava a deusa das massagens. “Então? Ainda manca assim tanto?” Claro que mancava. Eu queria era o tratamento. Disse-me que visto que o meu estado era mesmo mau, ia preparar-se decentemente para me curar! Pediu-me para ir tirando as calças que ela já voltava.
Confesso que as pernas me começaram a tremer um pouco, tal era a excitação do momento.

Estava com os botões das calças desapertadas, e baixado a começar a tirar os sapatos, quando a porta se abre, e aparece um negro duns 2,00 metros só em cuecas e grita com uma voz grossa: “Onde está o manquinho, para o tratamento completo?”

Saí de lá a correr, com as calças meias desapertadas! Ainda ouvi a recepcionista a dizer: “Nunca falha!!!! 90% dos casos é cura imediata!! É por isso que pagam antes!”

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

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