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Cenas reais dum tipo bom, caritativo e piedoso.

outubro 31, 2003

A Rute é socióloga e pediu-me para a ajudar a realizar um estudo telefónico. Ela queria saber o que pensam os Portugueses do recurso apresentado pelo advogado do Bibi, baseado num “Incidente de recusa do juiz”. Escolheu 900 pessoas para amostra e o meu contributo era telefonar para cada uma delas, e fazer a pergunta: “O que pensa do incidente de recusa?”
As respostas possíveis eram:
1- Concordo 2 – Não concordo 3 – Acho bem 4 – Acho mal 5 – É uma palhaçada.

Iniciei o árduo trabalho. Lista em cima da mesa e toca a discar os números.

Madalena, 38 anos, vendedora do Porto:
“Eu vi o incidente. Foi perto da ponte do Freixo e haviam muitas ambulâncias lá. Acho mal que o condutor se tenha recusado a soprar o balão! É uma recusa inadmissível num estado de direito. O incidente foi muito grave, pois até morreram 2 pessoas. Por isso acho que é uma vergonha. Cá para mim era o Sr. o tipo do incidente. Para estar tão preocupado….”

Ramiro, 17 anos, estudante de Gaia:
“Cá comigo não há incidentes desses! Se elas recusam a bem vai mesmo a mal! É uma vergonha que ainda hajam mulheres que se recusem. Desde que ouvi o Blair, esse herói nessa matéria, a aconselhar essa excelente prática, nunca mais permiti incidentes desse género. Não concordo com esse tipo de incidentes. E se fores tu também marchas!”

Sofia, 46 anos, funcionária pública de Lamego:
“Acho mal! Então as minhas amigas andaram todas de helicóptero, e quando eu fui lá não me deixaram andar? Acho mal que tivessem recusado a algumas o passeio, enquanto outras eram convidadas. Tenho mais que fazer pois sou funcionária pública, ok? Vá chatear outra!”

Cristina, 29 anos, comerciante de Viana:
“O meu marido recusou-se a levar-me com ele no domingo à tarde. Foi ver o futebol sozinho em vez de irmos a Vigo. À noite levou com uma recusa de todo o tamanho! Ia dando um incidente para a vizinhança toda comentar, mas eu mantive a minha posição! Acho bem que eu possa ter esse direito. Mas o que é que o Sr. tem haver com a minha vida intima? Vá passear mas é!”

Xana, 23 anos, desempregada de Bragança:
“Cê tá bem? Pode vir a Bragança, que não há recusas, viu…?! Houve um pequeno incidente com algumas mulheres, e até saiu numa revista Inglesa, mas nunca houve recusa da nossa parte. A única coisa que podemos recusar no futuro é o recibo. Bem cá mor, que eu não recuso nada. Mas você pra estar a telefonar antes deve ser fresco não?”

Cristóvão, 30 anos, enólogo da Régua:
“Antes de mais nada, quero deixar muito bem esclarecido, que os tipos que me podem estar a escutar, podem ir para a p.*** que os pariu já! Recuso-me a responder, não vá provocar algum incidente! Cá para mim também és um bufo das escutas! A mim não me enganas tu! Vai plantar batatas.”

Desisti. A Rute que se lixe e que faça ela este trabalho! Agora percebo porque deram um Jaguar ao outro das estatísticas da moderna! Este trabalho é dificil de fazer!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 27, 2003

A minha ausência deve-se ao facto de ter estado internado. Li num jornal aqui da terrinha, que estavam, a precisar dum tipo para trabalhar. Fui lá para trabalhar. Disse ao tipo que se era mesmo tão urgente, que eu trabalhava de graça até eles encontrarem o tipo certo. Esta minha mania de ser caridoso só me traz problemas.

Após duas horas de trabalho árduo em frente a uma máquina de cortar couro para sapatos, entram pela porta dentro dois bombeiros com uma camisa-de-forças e levaram-me. Ouvi o tipo a dizer: “Foi esse mesmo que se veio oferecer para trabalhar sem ganhar!”

Fui parar a um hospital psiquiátrico. Barafustei, esperneei, insultei e calaram-me com uma injecção. Quando acordei estava uma tipa de olhos verdes a rir-se para mim. Alto lá, que isto ainda vai dar alguma coisa aqui para o Samaritano, pensei com as fivelas.

Ela fez-me um enorme questionário, e no fim disse que estava convicta que eu era uma pessoa normalíssima. Mas como eu tinha dado entrada no hospital após uma participação, ela não poderia dar-me alta nessa hora. Teria de ficar ali mais 2 dias. Implorei para me deixar sair. Nada feito. Passei 2 dias no meio de tipos loucos.

Ao terceiro dia ela disse-me que me ia fazer o teste final! Assim o fez. Mandou-me tirar a roupa toda. Meteu-me uma coleira e mandou-me ajoelhar. Obviamente que neguei fazer isso. Ela avisou que, se não colaborasse, iria ter de pôr em causa a minha sanidade mental. Ou me fazia passar de cão, ou ia levar com mais uns dias lá fechado. Nem pensar nisso! Toca a ajoelhar e andar pelo quarto como um cãozinho pela trela. De vez em quando ela mandava-me latir. Latia e ela dava-me uns carinhos na carola!

“Porta-te sempre como um cãozinho bonito que eu dou-te alta” Era o que ela ia dizendo.

Após umas 50 voltas ela tirou a bata e ajoelhou-se na cama. Fez-me um sinal com o dedo. Eu após tantos dias em clausura já estava a suar! Aquela posição era mesmo provocadora. Mas que é que eu ia fazer? Que queria aquela psiquiatra passada da cabeça agora? Que fazer? Cumprir a minha parte, ou comportar-me como um cão? Ai que duvida! Como não reagia ela levantou a saia. Ai que duvida!

Eu parti do princípio que tinha de fazer mesmo o papel de cão. Após mais um sinal convidador com o dedo a chamar-me, lati fortemente, saltei para a cama e afinquei-lhe os dentes no rabo! Tinha cumprido o meu papel de cão!

Ela após berrar como uma tola, saiu e nunca mais a vi! No outro dia chegou um tipo que me fez novo questionário e deu-me alta.
“Então foste tu que não aproveitas-te ter a Dr.ª Marina toda disponível para ti? Ela contou-me tudo, e aconselhou-me para o teu caso! Devias ter aproveitado! Ela gosta deste tipo de submissão, mas tu és demasiado puro para perceberes isso, ou então és gay. Queres tentar comigo!?”

Era só o que me faltava! Saiu-me agora um Dr. gay. A minha sorte é que já tinha a alta na mão! Deixei-o estendido, após um bom murro no meio dos olhos, e saí de lá em passo muito, muito rápido.

Se eu soubesse o que a outra queria…. Ai se eu soubesse! Não há quem entenda estes psiquiatras!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 22, 2003

A Marlene tinha comprado um T1 em segunda mão. Ia partilha-lo com a irmã enquanto acabavam o curso. Uma estava em direito e a outra em economia. A Marlene telefonou-me a pedir para eu ajudar na mudança de alguma mobília, e para a montar. Montar a mobília, obviamente.

Andei uma semana a acartar montes de madeira. Quando acabei de montar a mobília toda na casa, pediu-me para instalar também os candeeiros, e alguns espelhos. A máquina de lavar deu-me trabalho por causa da porcaria do tubo da água. Usei soda cáustica para desentupir canos. Enfim, foi uma semana a sair de lá sempre por volta das 2 da manha. Ela ficava a dormir com a irmã dela. Partilhavam a cama.

No dia em que dei o trabalho por completo ela fez-me um convite:
- Samaritano, querido hoje vai jantar comigo. Vou fazer-te um jantar especial
- Obrigado Marlene, mas não posso. Eu bebo sempre um pouco demais e depois não posso ir para casa. Ainda sou apanhado com álcool a mais.
- Se beberes demais dormes comigo. Podes beber à vontade.
- Claro! Durmo eu, tu e a tua irmã todos na mesma cama!
- A minha irmã hoje não vem dormir a casa.

Isto mudou o meu discurso por completo. O jantar correu muito bem. Os bifinhos com cogumelos estavam deliciosos. Não bebi muito, mas simulei um pouco de cansaço.
Ela aconselhou um banho relaxante para ficar melhor. Ela foi primeiro e eu fui depois. Convenceu-me a ficar lá a dormir. “Toma o banho que eu vou preparar o quarto”.

Tomei um bom banho! Estava à espera que ela fosse lá ter comigo, mas tive de sair da banheira pois a água já estava a ficar gelada! Estava-me a limpar e ouvi-a: “Samaritano amor, não te demores muito! Estou à tua espera”

Abri uma gaveta do armário do WC para ver se encontrava uma escova para o cabelo. Vejo lá dentro uma embalagem dum teste de gravidez! Abri a caixa e estava positivo. Olhei para o recibo que estava ao lado e era do dia anterior!

Ai a Marlene! Queria lixar o Samaritano! Fiquei uns 5 minutos a reflectir. Não ligar, aproveitar, e depois exigir um teste de ADN, ou armar uma bronca de todo o tamanho?
Decidi que era melhor armar a bronca! Isto de andar a exigir testes de ADN, não fica bem no currículo dum Samaritano!

Entrei no quarto. Cheirava a incenso. Em cima da cama à luz de velas estava a Marlene, com uma camisa de dormir preta, justa ao corpo. Confesso que ainda hesitei. Mas fui forte! Atirei com a caixa para cima da cama, e berrei:

- Mas tu querias enganar quem, oh sua falsa pudica! Tentadora de almas caridosas! Sem vergonha dum raio! Vai arranjar outro lorpa para te consolar!

Saí de lá com ela a gritar que nunca mais me queria ver na vida. Que me importava isso!? Ao menos não passava vergonhas. Às tantas ainda ser o 10º ou 11º da lista de gajos para o teste! Nem pensar nisso.

Passado meio ano vi a Marlene num café. Olhei para ela, mas ela virou-me a cara. Sentei-me numa mesa afastado dela. Ela devia ter abortado. Não tinha barriga nenhuma.
Passado 5 minutos entra a irmã dela vestida à mamã, e com uma barriga do caraças!
Afinal quem estava grávida era a irmã da Marlene!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 21, 2003

Estava a comprar o meu jornal num quiosque e aparece a Sofia.
- Era mesmo contigo que queria falar.
- Diz Sofia! Mas antes um kiss aqui no Samaritano.
- Até dou tudo o que quiseres, mas podias ajudar-me!
- Claro que ajudo!
- Tenho de fazer a maqueta para um trabalho do curso. É de grupo e tenho de entregar amanha.
- A que horas queres que esteja em tua casa?
- Pode ser já Samaritano. Eu tenho de levar a minha avó ao cemitério, mas podemos começar já.

A Sofia era finalista no curso de arquitectura. Fomos para casa dela. Ela pediu para eu começar a maqueta de acordo com a memória descritiva. Tinha um longo trabalho pela frente. Ela foi-se vestir para ir levar a avó.

De repente aparece em lingerie na sala! Pediu a minha opinião. Disse que gostava. Foi para dentro e voltou. Desta vez tinha ligas. Também gostava. Depois foi um desfilar de roupa íntima, até eu já nem ver bem a maqueta. O fluxo de sangue a chegar ao cérebro era tanto que eu já não via nada. “Sabes que eu gosto muito de saber a tua opinião!” Foi assim que ela se despediu de mim para ir levar a avó. “Volto já, já! Vai fazendo isso!”

Tratei de trabalhar no duro. Eu sabia que quanto mais rápido fizesse aquilo mais tempo sobrava para um copo de comemoração. Passado 2 horas ainda não tinha voltado! Telefonei para o telele dela, e ele tocou ali mesmo ao meu lado. Ela tinha-se esquecido do telele. Estava-me a preocupar! Grande demora…

Já ia em 3 horas e meia de espera, quando tocou a campainha. A maqueta estava pronta.
Abri a porta e aparece uma tipa. Era a amiga de curso da Sofia, e vinha buscar o trabalho. Ficou admirada com a excelência do que tinha feito. Previu uma excelente nota, e até me perguntou se era arquitecto. Ela lá levou a maqueta. Fiquei ali à espera da Sofia. Não havia meio de aparecer. Mas a promessa que até dava tudo o que eu quisesse se a ajudasse, e a lembrança da passagem de lingerie, não me faziam arredar pé dali!

Tocou o telele dela. Ela tinha mandado uma mensagem para mim. Ao menos isso. Fui ler a mensagem.

“Foi a tarde de sexo mais louca que já tive Sofia! Um beijo grande, Raul”

O telele dela voou em direcção à parede na hora. Ainda hoje me roo de nervos quando penso que nem a maqueta tinha ali para partir! Ainda por cima fui eu que escolhi a lingerie para o outro tirar!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 20, 2003

Telefonou-me a Sílvia para ir tomar café. Os seus 23 esculturais anos, dedicados e modulados em cima duma bicicleta, faziam-me crescer água, não na boca, mas nos sovacos. Eu suava sempre que estava com ela. Ela era uma espécie de demónio para mim. Sempre que estava com ela só conseguia ter pensamentos pecaminosos.

Pediu-me para organizar uma viagem de bicicleta para um grupo de 20 pessoas. Três semanas, sendo a primeira gasta na viagem e as outras no Algarve. Estávamos em Julho e ela queria fazer isto em Agosto. Era um grupo de 10 casais, todos eles amantes das bicicletas. Alguns namoravam, outros não. Eu não consegui dizer que não ao convite de organizar e acompanhar a viagem. Um dos pontos que me convenceu, foi ela ter-me dito que podíamos partilhar a tenda dela!

Tive 15 dias de aturados contactos. Íamos sair do Porto, e chegar a Olhão passado 7 dias. Íamos passar por 7 parques de campismo diferentes. Escolhi o percurso. Contactei os parques de campismo todos. Verifiquei os telefones de centros de saúde, e hospitais de cada zona onde íamos passar. Arranjei percursos alternativos. Contactei cafés e restaurantes. Escolhi em cada parque de campismo o local onde íamos ficar. Fiz uma busca exaustiva de locais a visitar, e varias possibilidades de lazer.

A viagem ia ser assim: De manha pedalava-se! Chegava-se ao parque de campismo por volta do meio-dia. Montavam-se as tendas, almoçava-se e à tarde ia-se fazer a visita aos locais turísticos da zona. À noite havia alternativas de diversão conforme os gostos. Tínhamos de fazer cerca de 90 km por dia, e em 5 horas de viagem matinal isso dava uma média de 17 km/hora. Estava tudo programado e bem feito! O regresso ia ser feito de comboio.

Arrancamos do porto às 06:00 da manha. Ficou combinado que o ultimo a chegar a cada parque de campismo teria de pagar os cafés do almoço. Eu sentia-me mal no meio daquele pessoal todo. Eles ligados ao ciclo turismo, com tendas às costas, e eu numa pasteleira do meu avô. Mas lá fui estilo bobo da corte! Ainda por cima eles pedalavam como o caraças. Claro está que paguei os cafés. Os últimos 5 km eram os da disputa. Não havia possibilidades de eu ganhar uma. Era sempre o último.

Na primeira noite eu estava cheio de cãibras, e recebi a oferta de algumas ninas para me fazerem massagens. Neguei todas porque a Sílvia já me tinha oferecido. Os casais de namorados, levaram só uma tenda. Os outros dormiram separados. A Sílvia fez-me a massagem, e eu sofri a primeira decepção. A tenda tinha dois quartos e ela foi-se deitar num dos quartos. Isto ia dar trabalho. A verdade seja dita: Eu não estava em condições de nada. Doía-me o rabo e as pernas! Estava de rastos.

Segunda noite.
Só se montaram metade das tendas. Estava tudo satisfeito. Durante o dia houve grandes trocas de contactos para se saber bem como se ia tudo arranjar. Eu descartei 3 possibilidades sempre a pensar na Sílvia. Voltei a dormir separado. Malditas tendas com quartos duplos! Voltei a pagar os cafés!

Terceira noite. Tudo corria conforme o previsto! Recebi os elogios de todos durante o dia! A Sílvia motivou-me muito: “Querido Samaritano, quando chegarmos ao Algarve, eu tenho a certeza que vais ser muito bem recompensado! Tenho a certeza!”
Foi uma promessa, que me fez pedalar com gosto. Era das difíceis mas ia valer a pena. Ah! Paguei os cafés de novo.

Eis o dia de chegada a Olhão. Não ia pagar os cafés! A lembrança que ia ser recompensado, fez-me ser o primeiro a chegar!!!
À porta do campismo estava um casal de bicicleta. A Sílvia correu para o tipo e beijou-o. Regressou com ele e apresentou ao grupo. Este é o meu namorado e chama-se Fuentes. Veio de Espanha ter connosco e vai-se juntar ao grupo. Veio com ele a irmã. Rita Fuentes de seu nome. Era a Espanhola mais gorda da sua terra de certeza absoluta. Devia andar de bicicleta para perder peso. As rodas da bicicleta eram as mais largas que já tinha visto, e o selim devia ter sido feito de encomenda. O Guiador era reforçado. Tinha 4 suportes de bidões de água...

Já estão a imaginar. A Sílvia foi partilhar a tenda do Fuentes, e a mim coube-me partilhar a tenda em quartos separados com a Rita. Fui assediado durante a noite algumas vezes. Nesse dia de manha dei a triste noticia ao grupo! Tinha de partir pois tinha morrido o amigo dum primo meu em 3º grau, e ele estava muito abatido.
Não ia aturar aquele assédio nem mais um dia. Olhei para as ninas a quem tinha negado a partilha de tendas, e parti. Um rais parta a Sílvia!!!!!

Andei 3 semanas com cãibras, sonho frequentemente com uma gaja muito feia a falar Espanhol ao meu ouvido, e cada vez que passo pela bicicleta na garagem dou-lhe dois ou três pontapés.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 19, 2003

Estava com a Márcia num bar em Valadares. Era uma velha amiga. Já a tinha ajudado uma vez a encontrar uma amiga. Outro dia conto esse acontecimento. A noite estava muito agradável. Já tinha recitado poemas da Florbela Espanca. Ela propôs ir dar uma volta de carro. Ela preferiu ir no dela. Assim foi. Fomos ver o mar. Depois ela perguntou se estava disposto a ir a um local mais calmo ainda. Claro que estava!

Surpreendentemente ela entrou num conhecido motel perto da nacional 109. “Querido Samaritano, hoje é tudo por minha conta! Ajudas-me não ajudas?”
Pronto! Ela não conseguia atingir o orgasmo! Eu podia deixar de a ajudar a ultrapassar isto? Digam-me! Poderia???? Claro que não.

Ela deixou o BI no porteiro. Como sempre descrição acima de tudo! Era a chave do quarto 21. Por engano abri o 12! Nem foi preciso chave! Estava aberto…. Lá dentro vi uma das cenas mais abomináveis que já tinha presenciado até esse dia! Um homem com um puto ainda pequenino! Fechei a porta cuidadosamente e toca de telefonar à policia!

A Márcia tentou demover-me. Disse-me que devia estar calado. Que ela queria era resolver o problema dela. Mas eu não podia deixar de telefonar à polícia. Relatei tudo!
Um homem estava no motel com um puto. Tive de me identificar e disse à Márcia que quando a policia apanhasse o tipo, íamos resolver o problema dela. Ela foi para o carro para evitar ser vista por toda a gente.

A moina escusava de chegar lá com o aparato que chegou! Dois carros, sirenes ligadas, tipos encapuçados, shot guns e o caraças! Depois de eu dizer onde era, eles entram lá comigo atrás deles!

Saltam da cama os dois, e quando vejo o pequenito tinha barba e bem grande! Mas eu ia lá adivinhar que era um casal gay, e um deles era anão? Ia? Fomos todos para fora. Toda a gente que estava no motel a olhar para mim! O gerente a ameaçar-me de processo, a moina a dizer que chamadas com falsos relatos dão problemas. No meio disto tudo a Márcia já se tinha ido embora.

Ali estava eu a ser acusado por todos, sem carro e sozinho.
O pior é que nem a Márcia já lá estava para acabar a noite em beleza. Ainda por cima tive de ouvir o anão rabeta a dizer:”Cá para mim o Samaritano deve ter ciúmes!”

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 14, 2003

Estava a teclar em Faro, a pedir ajuda por alguns canais do Algarve, quando me tocaram nas costas. Olhei e assustei-me. Que monstro! Parecia uma senhora saída dum filme de terror! Feia como nunca tinha visto. Sofria claramente de obesidade, e o facto de ser muito estrábica tornava-a uma figura no mínimo sinistra!

“Então és tu o samaritano! Sou uma fã tua! Só não sabia que também usavas esse nick no IRC. Vou para Lisboa, e posso dar boleia até lá. Posso também emprestar algum dinheiro para o resto da viagem. Eu também sou samaritana.”

Lá fui meio desconfiado com tanta caridade, para o Mercedes preto. Era feia e gorda como nunca tinha visto, mas tinha um bom carro. Entrei primeiro, e quando ela entrou verifiquei logo que ia ficar com alguma dor nas costas. O carro ficou desequilibrado e ia fazer a viagem de lado. Aquela suspensão esquerda era muito mal tratada. Tinha caixa automática, e que era compreensível pois era tão larga que não conseguia movimentar bem a maneta das mudanças. Mal arrancou coloquei o cinto!
Após ter escapado a uns 30 acidentes lá cheguei a Lisboa com as pernas a tremer. Quem dá a carta a pessoas como esta?

Disse-me que não costumava ir ao centro de Lisboa, pelo que íamos a casa dela a Sintra, e ela dava-me € para o táxi. Também achei melhor. Se em estradas sem trânsito era o que era, eu nem queria imaginar o que seria pelo centro. Chegamos a casa dela. Pelo caminho fiquei a saber que era solteira. Os seus 50 anos de vida tinham sido passos a gerir a fortuna dos pais. A casa não enganava. Era um monstro bem sucedido na vida.

O portão automático abriu-se. No centro do terreno ficava a imponente casa murada a toda a volta com muros bem altos. Era um belo local. O carro parou mal passamos o portão. Estava safo. Ia já livrar-me dela. Enganei-me! O lindo casal de dobermans que ali estava a olhar para mim metiam respeito. “Dá-me a mão que eles não te fazem mal! Vamos lá dentro para eu te dar o €”

Lá fui eu com 3 bestas. Duas a rosnar e uma a rir alto e bom som por causa do meu receito. Entrei em casa. Pedi para ir ao WC. Ela disse-me que ia fazer um sumo de laranja. Estive a olhar pela janela do WC e a pensar no fim triste que teria quem quisesse roubar aquela casa. Os Dobermans eram mesmo maus. Saí do WC e fui ter com ela à cozinha. Vi-a espremer a ultima laranja à mão. Ela não precisava de máquina. Bebe o suminho samaritano que eu já volto. Bebi o sumo todo de um trago. Reparei num almofariz ali perto. Haviam restos de pó. Usei um lenço de papel e meti-o no lixo. Dentro do balde do lixo estavam os invólucros de dois viagras. Afinal ainda há bons samaritanos melhores que eu. È preciso andar mesmo muito deseperado!!!!!!

Estava a demorar. Foi aí que eu vi, e senti, no que estava metido!
Ela tinha desfeito e dissolvido 2 viagras no meu sumo. Fui às janelas! Era impossível passar pelos dobermans! O carro estava longe! Prometi a mim mesmo que ia desmaiar se ela se virasse para mim! Tudo menos aquele monstro! Quando voltou em lingerie, disse-lhe que estava zonzo e mandei-me para o chão! Ela pegou em mim ao colo. E levou-me para uma cama. “Coitadinho! Desmaiou! Eu vou-o meter na cama e chamo já um médico”

Deitou-me na cama e desapertou-me os botões da camisa. Abriu-me os braços e quando dei conta já estava algemado à cama de barriga para cima!

Recuso-me a descrever o que se passou nas 3 horas e meia seguintes! Recuso-me!!!!

À saída de lá com € no bolso para táxi e comboio, ia olhando para os dobermans e a pensar que era preferível ter sido desfeito por eles! Ando traumatizado. Não sei se vou conseguir ultrapassar isto sem apoio psicológico.

Oh meus Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 13, 2003

Estou desesperado. Ajudem o samaritano. Ninguém me pode ajudar? Estou em Faro sem telemóvel e sem dinheiro. Quem me pode ajudar?

Hoje dia 13 de Outubro de 2003, devia estar em Fátima a ajudar os peregrinos que fazem caminhadas para pagar as promessas. Como bom samaritano, costumo nos dias 13 fazer esta boa acção. Como sou mesmo bom, fui de véspera. Ontem domingo dia 12, estava tudo a abarrotar. Estava a almoçar num restaurante de 3ª Categoria perto do Santuário. Na fila para o almoço estava uma menina muito sorridente a olhar para mim. Eu estava ali sozinho a ocupar uma mesa para dois. Fiz-lhe um sinal para ela se vir sentar.

Duas horas depois estava no carro dela a caminho duma casa que ela tinha na Serra D’aire. Ela gostava de pessoas boas como eu, e ofereceu-me hospedagem. Podia pernoitar lá. A casa ficava num local ermo mas era aconchegante. Pelas 18:00 estava a acender o fogareiro, para grelhar umas tiras de porco. A noite podia ser uma maravilha.
Entrei dentro de casa para perguntar se havia mais carvão, e ouço o seguinte telefonema: “Raul trás a equipa toda que tenho aqui mais um patinho que nos vai render dois rins.”

Não precisei de ouvir mais nada! Estava metido num gang de tráfico de órgãos. Peguei nas minhas coisas e toca a atalhar caminho pelo meio da floresta. Após uns três maços de tabaco expelidos no meio duma pontada no peito, e muita tosse, sentei-me no chão a respirar ofegante. Ia telefonar e pedir ajuda! Bonito serviço! Perdi o telemóvel na correria. Ouço o barulho dum jipe e espreito. Lá dentro 4 tipos. Iam na direcção da casa da tipa! Devia ser o Raul e a equipa de estripadores.

Estava a correr serra abaixo por entre mato denso e silvas picantes, quando ouvi uma moto 4. Escondi-me atrás dum silvado. Era ela que andava à minha procura. Ela deve ter desconfiado que eu ouvi algo. Andavam-me a caçar! Mal pude continuei a correr sem saber para onde. De repente deparo-me com uma coisa bela! Muito linda mesma! As grutas da moeda mesmo ali à minha frente. Mais bonito ainda, era o autocarro duma excursão que devia andar a visitar as grutas. Melhor ainda eram as portas laterais onde se guardam as malas abertas. Depois de esperar a oportunidade certa, corri e meti-me lá dentro. Escondi-me entre as sacas e os garrafões de vinho.

Cerca de meia hora depois fecham as portas, e o autocarro arranca. Estava safo!
Passei a viagem fechado num calor insuportável a ouvir ranchos e socas a baterem no chão mesmo por cima de mim. Era melhor isto que ficar sem rins. Mas para onde se dirigia o autocarro? Na primeira paragem que abrem as portas para retirarem bagagem, saio de lá e com toda a lata do mundo pergunto: “Como é que aqui vim parar?” Queriam-me revistar e chamar a polícia, mas eu consegui fugir. A carteira com os € deve ter caído algures. Descubro que estou em Faro. Telefonei anonimamente para o 112 e denunciei a situação da casa. Procurei por um sítio para passar a noite. Passei-a em frente à biblioteca.

Jurei a mim mesmo que nunca mais vou a Fátima nem visitar as grutas!
Aqui estou eu em Faro, na biblioteca onde tenho ligação à rede gratuita, a ver se encontro algum amigo de IRC que me ajude nesta hora aflitiva. Alguém quer ajudar o samaritano?

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 12, 2003

Sempre em prol da ajuda a terceiros, andava eu a conduzir uma das viaturas do INEM.
Aquilo anda nas horas, e toda a gente abre alas para eu passar. O Médico que acompanho é o Dr. Antero. É um apanhado por velocidade.
Toca o telefone, e a noticia chega rapidamente. “Samaritano acidente com autocarro ao km 32 da N109”. Acelera Samaritano!! O Dr. Antero dá as ordens do costume. Ele faz bem o papel de co-piloto.

- Desliga as sirenes para não acordar ninguém. Não há transito.
- Liga as sirenes agora que vão ali duas touras! Quero que elas olhem para mim.
- Desliga as sirenes e pára na passadeira, para eu ver bem os presuntos da moçoila.
- Terceira a fundo! Ultrapassa, mas põe-te um pouco ao lado do carro para eu piscar o olho à loiraça.
- Não traves! Não traves! Nunca se usa os travões sem ser necessário! Mania de usar travões! È sempre a abrir oh samaritano! Parar é morrer!

Esta ultima era a frase preferida dele. Nunca se deve travar. Sempre a acelerar!
Era sempre assim. Antes de chegar ao local do acidente, não provocava mais nenhum porque sou excelente condutor. Derretia aquele motor todo. Os contribuintes pagam.

Chegamos ao local do acidente, e só havia feridos ligeiros. Umas pequenas escoriações aqui, umas nódoas negras ali. Não havia ninguém a precisar de transporte rápido. Passado 15 minutos chegam mais ambulâncias. Já nós tínhamos tratado todos os feridos. Eu dediquei-me especialmente a uma moçoila que tinha um arranhão numa coxa. As meias rasgadas estavam a preocupa-la. Foi a primeira vez que vi a Amélia.
O Dr. Antero, sempre atento a estas questões, ofereceu-lhe boleia, pois não havia necessidade de ela chegar atrasada. Eu concordei. Ela foi em alta velocidade até casa. Gritava muito sempre que o carro passava os 120 km/hora. Por isso o Dr. receitou-lhe um químico eficaz para a rouquidão. Ela tinha ficado afónica.

Três semanas após estava encostado a um bar da Estação da Luz, e ouço ao ouvido: “Esse vodka fica por minha conta”. Era a Amélia e ainda se lembrava de mim. Disse-me quatro vodkas depois, que excitava-se com a velocidade, mas preferia senti-la na água. Ficou combinado que da próxima vez eu levava as chaves da lancha.

A próxima vez foi logo na noite seguinte. Mesmo bar, as mesmas personagens, a mesma história, mas desta vez eu tinha as chaves da lancha do Dr. Antero no bolso. Era uma lancha louca. Os motores de 150 cavalos cada um metiam respeito.

Da estação da luz ao porto de abrigo da torreira foi um ápice. Dentro da lancha os dois e acelera em direcção a S. Jacinto. A noite estava fantástica. Não havia lua, o que fazia realçar ainda mais as estrelas. Parei perto da Pousada da Ria. Daqui podemos ver o reflexo do néon de Aveiro nas águas da Ria. Deixei ir a lancha ao sabor da corrente. A Amélia conduzia. Sugeri parar um pouco e mostrar-lhe o interior da lancha. Ela concordou e eu desliguei os motores e carreguei no botão que faz a ancora cair.

Junto ao beliche a Amélia começou a simular um enjoo, e pediu-me uma massagem, para ver se melhorava. “Ai como gosto de me sentir perto de pessoas como tu! Eu gosto mesmo de pessoas que aceleram e sabem cuidar dos outros.”

Foram aquelas palavras mágicas que me fizeram subir tanto o ego, mas tanto, que quando ela se queixou de cãibras nos músculos das pernas, tratei logo de lhe tirar as calças para fazer uma massagem. Estava a deita-la comodamente no beliche quando tudo estremeceu. Ela levantou-se, vestiu as calças e subiu. Eu fui atrás dela! Ela saltou para o molhe de S. Jacinto e eu fiquei a tentar evitar que a lancha se afundasse! Ela safou-se à humilhação pois arranjou logo boleia dum gajo qualquer que tinha um Subaru Impreza, eu fui ao fundo com a lancha.

Não é que o Dr. Antero não tinha âncora na lancha e ela foi ao sabor da corrente até bater num molhe? Maldita mania de não gostar de travões! Maldita mania que parar é morrer!

Pedi 15.000 € emprestados ao banco para lhe pagar a lancha. Ele perdoou-me metade dos prejuízos. Nada me paga o facto de ver a Amélia, sempre que vou à estação da luz, a sair em carros potentes de gajos que têm a mania. Ela nunca mais olhou para mim.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 11, 2003

Vinha dum jantar bem regado da Mealhada, e em Macinhata da Serra atravessa um cão à frente do meu velho carrito. Travões a fundo, o cão safa-se milagrosamente e pimba! Grande estouro na traseira. Saí do carro e fui ver quem tinha sido o condutor de fim-de-semana que me tinha metido a traseira toda dentro. Ia em 47, na contagem para me acalmar, quando sai o condutor lá de dentro. Deixei logo de contar. Fiquei calminho num ápice. Era uma condutora.

Do Alfa Romeo, saíram duas pernas metidas numa saia rodada pela coxa, que até me fizeram esquecer de verificar bem os estragos. A prioridade passou a ser a verificação do estado de saúde da moçoila. Ela nem me deu tempo.
- “O Sr. é um Herói! Evitou matar o meu rico cão. Merece uma recompensa!”

Ela morava uns 50 metros à frente. Combinámos que ela pagava os prejuízos todos, e que íamos preencher a declaração amigável de sinistro em casa dela. Assim foi. Arrumámos os carros para a berma, e lá fui eu. Disse que ia telefonar para um reboque, pois o carro não tinha ficado em condições de andar, mas ela disse-me que não valia a pena! Até podia dormir lá em casa. O que era preciso era festejar o salvamento do pastor alemão.

Na sala enquanto eu bebia o espumante dos festejos, ia preenchendo a declaração. Ela ia bebendo um tinto. Aquilo estava a prometer. Eu era um herói. O cão tinha-se safo. Eu era gentil em ter aceite festejar. Podia dormir lá que ela fazia questão nisso. De manha ela tratava do reboque, pois o primo dela tinha um. Maravilha!!

Estava tudo pronto. A garrafa já estava no papo. A seguir ia ser ela. Ela sugeriu ir arrumar os carros, para dentro do pátio de casa dela. Saímos os dois. Quando chegamos perto das viaturas, ela pega no telemóvel e telefona para a moina! De seguida rasga a participação amigável na minha cara, e muda radicalmente o discurso. Em altos berros, que fizeram sair os vizinhos todos à rua, começou a dizer “Está bêbado!! Não se trava assim!! Está bêbado!! É um inconsciente”

Eu avisei-a que não se ia safar. Que ela também tinha bebido.
“Sou abstémica, e adoro groselha! A garrafa do tinto é só para iludir-me e pensar que ainda consumo. O espumante bruto que bebeu vai fazer o efeito já, já! Para além disso nem cão tenho.”
Não a matei ali porque os vizinhos estavam por perto. Chegou a moina, e depois de eu soprar ao balão, fui "dormir" com o chefe à esquadra.

Fiquei sem carta, e fui considerado o responsável pelo acidente. Paguei os prejuízos todos da minha parca conta, pois o seguro não se responsabiliza por alcoólizados.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 08, 2003

Fui tomar café à padaria do João. Ele andava cansado. Ter de distribuir o pão é coisa que cansa. Ofereci-me para o substituir durante 2 noites. Ele agradeceu imenso o gesto, e nessa noite fui fazer a volta com ele. Apontei as ruas e a quantidade de pão a deixar em cada casa. Ao chegar à padaria nessa tarde, estava ele a falar com uma loira.

Depois dela sair perguntei quem era a gostosa. Fiquei a saber de coisas muito interessantes! Era uma tipa à qual eu ia fazer distribuição de pão, e o melhor da história é que ela tinha um fetiche com padeiros. O próprio João já tinha sentido isso na pele. Grandes novidades. Perguntei em que rua ela morava. Apenas por curiosidade. Nada mais.

De madrugada lá fui eu. Ao chegar à rua da loira já estava cansado! Ela estava à porta! Era mesmo linda. A camisa de dormir ficava-lhe muito bem. Disse com uma voz meiga, que eu escusava de deixar pão na casa ao lado, porque a vizinha tido ido de férias para o Brasil durante 2 meses. Agradeci e fui-me embora.

No dia seguinte estava de novo à porta. Disse-me que estava atrasado. Se ela soubesse o que custa levantar às 01:00 da manha para andar a distribuir pão não dizia nada. O João é que estava bem. Dormia como um santo e eu ali a trabalhar por ele. Ela disse-me que me achava muito mais simpático que o outro padeiro. Esta afirmação fez-me dizer ao João que eu ficava toda a semana a trabalhar por ele!

Fiz toda a semana de distribuição. Andava todo roto. Vi a loira todos os dias, mas ela nunca me convidou par entrar. Estava sentado no café a dizer ao João que fazia mais uma semana de trabalho! Ele que aproveitasse para descansar. Disse-lhe que estava a adorar. O João agradeceu-me: “és mesmo um tipo bom, samaritano”
A loira havia de me pagar, o que ele pensava que eu fazia por caridade.

Tocou o telefone e ele atendeu. No fim disse-me que era a loira que eu tinha visto a falar com ele. Disse-me que ela tinha ido passar 2 meses de férias ao Brasil!
- A loira? Aquela do fetiche?
- Sim, ela está no Brasil desde o início da semana.
- Está nada! Tenho-a visto todos os dias à porta de casa!
- Essa deve ser a irmã gémea que mora ao lado! Mas essa é casada, e está sempre à espera do pão para fazer o pequeno-almoço para o marido.

Lá fui fazer toda a semana seguinte pelo João. A gémea da loira, todos os dias me vinha receber, mas isso só fazia para aumentar a carga nervosa com que andava.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 07, 2003

Inventários 

Fui à Guarda, esse bonita cidade, para ver se os ares da serra me recompunham. Esperava ter 3 dias de descanso. Ia ser um fim-de-semana calmo e tranquilo. Entrei numa drogaria para fazer uma cópia duma chave. Grande surpresa. Estava lá a Júlia. Uma ex-namorada minha. Ela estudava na minha cidade natal, e mudou-se para a Guarda há alguns anos.

Reconheceu-me logo. Samaritano! O homem que me ia desgraçando a vida para sempre. Seu desgraçado! O que eu gastei em psicólogos, psiquiatras e químicos para me tratar por tua causa.
“Oh Júlia querida, isso foram contas de outro rosário! O que lá vai, lá vai”
Defendi-me bem. Ela parece que nunca me perdoou o facto de eu ter prometido tanto e só cumprir a parte do prazer carnal. E digo-vos! Se ela quiser repeti-o!

Expliquei-lhe que ia passar 3 dias na Guarda. Ela disse-me que continuava solteira, mas que não me podia acompanhar num passeio nocturno pelas tascas da cidade, pois tinha de fazer o inventário! Ofereci-me para ajudar. Claro! Eu sou bondoso.

Passei parte da noite a contar parafusos, porcas, anilhas, chaves de fendas, interruptores, fichas eléctricas, etc.… Como um tipo não é de ferro lá tentei uma aproximação mais impetuosa. Bem ao estilo do antigamente. Isto de saber o que uma tipa gosta mesmo, tem as suas vantagens.

Ela portou-se como antigamente. Não tinha mudado os gostos. Foi buscar umas algemas e uma meia para enfiar na cabeça. Só os olhos à mostra! Mas desta vez pediu-me para ser eu a usar a meia, e pediu-me para começar eu algemado de mãos atrás das costas, preso a um ferro que lá estava. Lá me algemou. Pensava eu que ela ia começar como tantas vezes o fez, mas não.

Levei com três estaladões. Ouvi durante mais de meia hora ali amarrado, os desabafos dela. O choradinho todo! Fui insultado do piorio. Nem me mexer podia. Para acabar o famoso: “nunca te vou perdoar!”
Dois estalos à frente, foi ligar o alarme da drogaria, e telefonou à moina. Disse com ar triunfante que a vingança se servia bem fria. No outro dia fez títulos nos jornais:

“HEROÍNA DA GUARDA SURPREENDE MELIANTE E PRENDE-O”

Estou em liberdade condicional e com termo de residência.

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 06, 2003

Janta 

Ia a sair de casa e aparece o Abreu! Tinha-se metido em problemas! Andava com uma tipa que se estava a divorciar e ia jantar com ela. Como recebeu ameaças pelo telefone, achou melhor não ir. Não conseguia telefonar para a tipa! Pediu-me para ir lá e avisa-la. Isto estragava-me os planos da noite. Mas lá fui. Os amigos são para estas alturas. Podia deixar um amigo ficar mal, e uma senhora a jantar sozinha? Nem pensar nisso!

Cheguei ao restaurante, e ela era ainda mais linda que na foto que ele me mostrou.
Não lhe disse nada das ameaças. Disse que era amigo do Abreu, que ele tinha viajado de urgência para França por causa da empresa dele, e que tinha-me pedido para lhe fazer companhia!

O jantar foi excelente. Ela era uma advogada de sucesso. Mulher inteligente. Como podem existir tipas boas e inteligentes ao mesmo tempo? Às vezes fico surpreendido com alguns espécimes deste tipo de bicho!

Quando acabamos de jantar, já cá cantava o contacto dela e a promessa da repetição. Ela disse-me que achava que íamos ser grandes amigos. Estava mal disposta. Preferia ir descansar a ir beber um copo algures. Concordei. Acompanhei-a ao BMW preto. Despediu-se com um sorriso nos lábios.

Quando me ia a dirigir para o meu veículo apareceram dois bruta montes!
Nem “boa noite” disseram! Mal-educados! Partiram-me o cabedal todo. No fim veio o motivo:
- “Que te sirva de exemplo Abreu! Para a próxima ficas sem te mexer!”

Como se eu tivesse ficado em condições de me mexer muito! Ainda me doem algumas partes do corpo só de escrever isto. O que faço pelos amigos….

Oh meus Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 05, 2003

Italianas 

Cheguei agora a casa!
Ontem fui a um almoço dum canal de IRC. Eles não sabem que sou eu que escrevo aqui. Não convém dizer senão não há gaja que me ligue! Cheguei a casa e como ainda não tinha dormido, fui-me deitar.

Às 02:00 da manha o telele! Que porcaria! Até eu que sou um gajo caridoso, preciso descansar! Era o Miguel. Estava em S. João da Madeira perto do edifício América com duas Italianas. Elas tinham estado na cidade vizinha (Oliveira de Azeméis) a ver a final e estavam tristes como o caraças. Portugal tinha ganho à Itália. Depois de me informar devidamente sobre idades e aspecto delas, tratei de saltar da cama. Fui lá para as consolar. Podia lá eu deixar 2 Italianas tristes? O que iam dizer dos Portugueses?

Eram ainda melhores do que o Miguel tinha dito ao telefone! Eram mesmo fanáticas! Tinham patins nas mochilas. Depois de meia hora de conversa lá as convenci que o melhor que tinham a fazer era aproveitarem a vida, e esquecerem o hokey por algum tempo. Que há coisas bem boas para fazerem esquecer a derrota.

Fomos no carro do Miguel. Parque La Salette em Oliveira. Mas como tanto eu como ele queríamos consolar a mesma, foi decidido que íamos fazer uma disputa na descida em patins! Foram elas que nos convenceram disso! Usávamos os patins que elas tinham! Quem ganhasse a corrida podia escolher. Lá fomos nós. Elas empurraram. Grande corrida pela descida fora. No fim ganhou o Miguel. Eu deixei ganhar porque sou um tipo Bom! Como ambos não sabíamos travar aquela porcaria caímos dentro dum lago duma rotunda.

Saímos de lá todos molhados, e toca a subir com os patins na mão! Eu ia a imaginar a Italiana, pela subida. Quando chegamos lá cima nem Italianas, nem carro do Miguel!
Bem… o carro apareceu pelas 14:00, no Aeroporto Sá Carneiro, com um bilhete escrito em Português rudimentar: “Adios proteguzitos. Ganham em hokey mas sô mutô ingénuos com as ragazzas”.

Estou com uma gripe do caraças! A água da rotunda estava gelada! Malditas Italianas. Ainda por cima levaram a minha carteira! Tinha lá bastante €€ e pior que isso, os contactos do mulherio todo!!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 04, 2003

Circo 

Foi o Diogo que me apresentou a Tatiana. O nome de artista dela era Taty a domadora. Era actriz de circo. Daquelas que faz exibições com animais. Tinha cães, gatos, cobras, e papagaios.

Para além disso era contorcionista. O bar onde me foi apresentada era rasca, mas ela era boa moçoila.Com tanto álcool ingerido para afogar as mágoas, acabei na roulote dela. Era um luxo. “Deita-te aí na minha cama de água que eu já venho”.Tirei a camisola e deitei-me de barriga para baixo. Ela estava a demorar. Devia estar a vestir alguma fantasia. Eu estava quase a adormecer. O álcool não perdoa.

De repente e sem dar conta que ela tenha entrado comecei a sentir a mão dela nas minhas costas. Devia estar a usar luvas de seda! Era macio e frio. Ela sabia como excitar um tipo. Estava-me a saber muito bem aquela massagem em ziz-zag. Ela punha o peso do corpo em cima do braço. Estava a ficar excitado.Senti a mão a passar das costas para as pernas. Eu sabia lá o que estava a sentir!!Aquilo estava a ficar louco.

De repente senti algo a amarrar a perna e virei-me!Em cima de mim estava uma piton e já a estrangular-me a perna! Uma porcaria duma cobra gigante em cima de mim! Malditas artistas de circo. Ando em tratamentos psiquiátricos pois sempre que estou com o gaigejo lembro-me da cobra, e em terapia da fala pois fiquei gago!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 03, 2003

Salvamento 

A Susana andava deprimida. Após varias conversas com ela para ver se a ajudava ela revelou-me a fonte dos seus problemas. Não conseguia relacionar-se com nenhum homem, pois tinham-se tentado aproveitar dela após um afogamento. Ela sentiu-se apalpada após um salvamento no mar.

Expliquei que isso era fácil de resolver. Ela só tinha de reviver a situação, e no fim ter uma noite de amor com o seu salvador. Disse-lhe que até escusava de ir a um psiquiatra ou psicólogo, porque eu sabia bem o que estava a dizer. Ofereci-me para a ajudar se fosse preciso. Ela negou.

Em Novembro telefonou-me. Estava desesperada. Tinha-se decidido pela simulação da situação, para ver se resolvia o seu problema. Acedi na hora. Ficou combinado que no próximo sábado íamos para o Algarve para tratar disso. Assim aconteceu. Até estava um sábado de Novembro bem bonito.

Pela rua principal de Armação de Pêra, lá ia ela em pleno Novembro de fato de banho, e eu levava tudo o resto.
Calções e tronco nu. Ao peito binóculos e um apito. Levava ainda cadeira, boneca insuflável, pau de 4 metros com uma bandeira verde na ponta, guarda-sol, bóia de salvamento, prancha e um barco insuflável.

Uma senhora correu a retirar uma criança da rua. “Anda cá meu menino que eles são tolos!” A cena provocou risos hilariantes, nas pessoas que iam assistindo ao desfile. Deixa rir pensava eu! Se eles soubessem a noite que ia ter, não se riam!

Cheguei à praia e meti a bandeira. Cadeira ao lado. Enchi o barco e a boneca. Fui para a beira-mar de bóia na mão fazer o patrulhamento à praia. De vez em quando assobiava para mandar sair alguém imaginário da água. Os binóculos eram usados para ver toda a extensão de mar. Ela estava deitada na areia. Atirei a boneca à água e simulei um salvamento.

Fiz alguns quilómetros para trás e para a frente. Simulava conselhos a pessoas imaginárias. A ceninha atraiu dezenas de pessoas ao paredão da praia. Estava com medo que viesse alguma ambulância com camisas de força para me levarem. Já tinha visto um jipe da GNR.

Ela lá se decidiu atirar à água. Com água pelo peito simulou que se estava a afogar. Fui buscar a prancha de salvamento a correr. Atirei-me à água e salvei-a! Trazia-a ao colo e até podia ouvir as sonoras gargalhadas que se davam no paredão. Estava a chegar ao areal com ela ao colo, e ia iniciar a reanimação. Calquei um peixe-aranha e deixei-a cair desamparada.

Recuso-me a contar aqui o que se passou a seguir! Sei que está tudo filmado. Uma vergonha! A noite foi passa aos gemidos conforme estava previsto. Eu com dores no pé, ela com o braço partido ao peito. Quando de manha entregaram em mão o filme de toda a cena, levei um estalo e nunca mais a vi!

Oh meu Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 02, 2003

Campaínha 

Durante muito tempo andei a ser acordado por três toques de campainha. Era mesmo gozo. Alguém andava a brincar com o meu descanso. Fartos de saberem que eu me deito cedinho para descansar das minhas noites fantásticas, e pelas 10:00 lá vinham os toques. Trim, Trim, Trim!

É preciso darem-se ao trabalho, para entrar no meu hall de entrada para o apartamento, tocar à campainha e fugir. Andei a ver qual dos vizinhos seria, mas no meio de uns 50 era difícil. Pus uma cam bem disfarçada a filmar. Nesse dia nada. No dia seguinte nada também. Ao terceiro dia ainda nada! Desliguei-a. Nesse dia às 09:45 lá vieram os 3 toques da ordem!

A cam ficou ligada. Estava decidido a apanhar quem me acordava. Lá ficou filmado o melro! Um vizinho meu. Gostava de brincar! Só precisava de mais uma filmagem, que veio no dia seguinte. Não havia duvida! Ele ia aprender a não brincar com o samaritano!

Ligação directa de 220 volts à campainha. O disjuntor de protecção foi desligado! Ia levar com 220 continuamente até aprender! Um temporizador regulado para só deixar passar a descarga após os 3 toques seguidos, e um alarme potente a disparar mal começasse! Ia ser visto pelos vizinhos todos! Ia passar uma vergonha.

Andou 4 dias sem aparecer. Mas ao quinto pelas 10:00 da manha, o alarme tocou! Deixei tocar durante algum tempo. Ouvia gritos do lado de fora. O melro tinha aprendido a lição, e ia ser humilhado ali em frente dos vizinhos todos! Eu não ia fazer por menos. Abri a porta.

No chão vítima de tão intensa descarga eléctrica estava a minha melhor vizinha. Mini-saia e top. O cabelo loiro estava todo espetado! Desde que se divorciou ajudei-a muito. Ela tinha-me dito: “Samaritano, querido, um dia vou tocar à tua campainha de mini-saia e top, e nesse dia vou pagar da melhor forma a ajuda que me tens dado”. Eu estraguei em 3 minutos, meses e meses de atenções caridosas!

Oh meu deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

outubro 01, 2003

Relógio 

Na mesa do café onde estava sentado com um colega de Viseu, o cinzeiro estava cheio e eu estava a confidenciar algumas das minhas excelentes conquistas!
Entrou um anjo. Ele perguntou se eu a conhecia. Nunca a tinha visto. Como poderia andar tão distraído?! Quinze dias em Viseu, e só no dia de regressar é que via aquele monumento à beleza?! Era mesmo digna de se fazerem uns 500 clones.

O meu colega disse-me que ela tinha uma ourivesaria mesmo no centro. Solteira e boa rapariga. Ela passou e sorriu para nós. Eu obviamente não lhe passei cartão nenhum. Quando saiu tornou a sorrir!

Às 17:30 o meu colega teve de sair e eu às 17:35 já estava na ourivesaria!
Experimentei todos os modelos de óculos de sol que ela lá tinha. Estava na terceira caixa de relógios, quando a empregada saiu. Ela disse-me que eu podia ficar a experimentar mas que ia fechar a porta. Ainda tinha de ir tentar arranjar o relógio de cuco que lá estava.

Como gosto de ajudar, informei-a que mecanismos complexos de relógio de cucos eram comigo! Prontifiquei-me a ajudar. Fomos para a sala de reparações. Que grande relógio! Tinha 2,5 metros de altura por uns 1,20 de largura por 1 de profundidade! Nunca tinha visto tantas rodas dentadas, pêndulos e ponteiros junto!

Comecei a verificar se havia algo solto ou partido. Nada! Uma hora depois, e o raio do cuco não dizia nada! Pedi um espelho para verificar os mecanismos interiores. Como a minha posição não dava para visualizar bem, pedi para ela segurar no espelho. Ela meteu-se à minha frente de espelho na mão bem encostadinha. Tinha um decote bonito. Já tinha mexido em tanta coisa e não havia forma do cuco sair!

Ela pousa o espelho no chão e diz: “deixemos isto por algum tempo!” Levanta-se, vira-se para mim e passa as mãos pelo meu peito. Do peito passou para as costas. Começou a aproximar a cara dela da minha. Vou a tirar as minhas mãos do meio dos mecanismos para a abraçar, toco não sei onde, sai disparado a porcaria do cuco de 20 cm de altura, e zás! Bico no olho esquerdo! Que estouro!

No hospital disseram que tinha sorte de não ter ficado cego! Ando com um penso à Luís de Camões.

Oh meus Deus! Eu meto-me em cada uma!
Caridades:

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